Cicerone de Eduardo Bolsonaro na Europa chamou Lech Walesa para briga

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BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) – Cicerone de um tour que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) planeja pela Europa em busca de repercussão internacional para a prisão e o julgamento de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o eurodeputado Dominik Tarczynski é um expoente da extrema direita do continente.

Integrante do PiS, sigla para Lei e Justiça, o partido populista que mergulhou a Polônia em uma aventura autocrata na última década, Tarczynski coleciona episódios polêmicos em sua carreira política, como chamar para briga Lech Walesa.

Em 2016, o ex-presidente e figura histórica do país, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1983 pela sua atuação pró-democracia à frente do sindicato Solidariedade, reclamava da virulência do PiS, no poder havia um ano. Um discurso de Walesa, em que havia prometido “arrancar” os adversários políticos de seus cargos, foi respondido por Tarczynski com uma proposta de “combate individual”.

O advogado e jornalista ainda chamou o ex-presidente de “canalha”, o que gerou críticas até de seus colegas de legenda. O PiS dominou a Polônia por oito anos e, além de uma guinada conservadora, empreendeu controversa reforma de seu Poder Judiciário, comprometendo o equilíbrio institucional do país. A Polônia acabou punida pela União Europeia, por flagrante violação ao Estado de direito, e chegou a ter recursos bloqueados.

Varsóvia agora se divide entre o primeiro-ministro centrista e liberal, Donald Tusk, e o recém-empossado presidente, Karol Nawrocki, um novato antissistema apoiado pelo PiS.

Tarczynski chegou ao Parlamento Europeu em 2020, com uma atuação que não foge aos padrões da extrema direita do continente. No começo de julho, por exemplo, foi um dos signatários da moção de censura contra a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, rejeitada com folga pelo plenário.

O posicionamento torna pouco crível que Tarczynski tenha capacidade de influenciar Kaja Kallas, a chanceler de Von der Leyen, em direção a uma suposta punição a Alexandre de Moraes, nos moldes da implementada pelo governo americano. O deputado polonês, com outros 15 colegas do Parlamento Europeu, que é composto por 720 cadeiras, pediu em carta o congelamento de ativos e a restrição de trânsito de Moraes na Europa.

Tarczynski, como o húngaro Viktor Orbán, outro interlocutor frequente de Eduardo Bolsonaro, faz parte do que o presidente francês, Emmanuel Macron, chamou neste ano de Internacional Reacionária, corrente conservadora e de extrema direita que se promove e se retroalimenta nas redes sociais. Em 2020, na campanha presidencial em que Donald Trump perdeu a reeleição para Joe Biden, o deputado polonês chegou a comparar o americano a seu compatriota mais famoso, o papa João Paulo 2°.

No ano passado, o PiS enviou Tarczynski para acompanhar a campanha de Trump nos EUA. No X, seu perfil traz como destaque principal uma imagem da viagem.

Não à toa, o roteiro concebido por Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan, inclui países em que a extrema direita tem mais eco nos respectivos Parlamentos ou está no poder, como Portugal, Espanha, Itália, Polônia e Hungria. A dupla tentará ainda ser recebida em Bruxelas, sede da UE.

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