Alcolumbre já obstruiu pauta do Senado com porta trancada e piada sobre 'fraldão' em 2019

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já ocupou ambos os lados da discussão quando o assunto é a obstrução dos trabalhos do Legislativo por congressistas como forma de protesto.

Ele reagiu junto ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos – PB), na tarde desta terça-feira (5) à ação de bolsonaristas insatisfeitos com a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Alcolumbre classificou a atitude dos colegas como “arbitrária” e alheia a “princípios democráticos”.

Já em 2019, o embate que terminou com o amapaense eleito presidente do Senado contou com a Mesa Diretora da Casa sendo ocupada por ele próprio durante sete horas. Alcolumbre enfrentou brincadeiras de que estaria usando um “fraldão geriátrico” para aguentar tanto tempo sentado no mesmo lugar. O apontamento foi feito pelo colega Jorge Kajuru (PSB-GO).

A manobra de Alcolumbre na ocasião se deu no contexto da disputa que colocou em lados opostos o Palácio do Planalto, especialmente o então ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, principal cabo eleitoral de Alcolumbre, e Renan Calheiros (MDB-AL), que tinha apoio principalmente dos senadores mais experientes da Casa.

Alcolumbre e aliados tentaram passar por cima do regimento do Senado e fazer uma votação aberta para a escolha, o que praticamente eliminava as chances de sucesso de Renan.

Senadores afirmaram que Alcolumbre não poderia comandar a sessão por ser um dos candidatos. Ele argumentou que era presidente interino da Casa por ser o único membro da Mesa Diretora que manteve o cargo e, dessa forma, tinha direito a presidir os trabalhos que antecedem a votação.

O normativo do Senado define que o presidente da sessão deixará a cadeira “sempre que quiser participar ativamente dos trabalhos da sessão”. Para evitar questionamentos, no período que antecedeu a eleição, prazo final para registro de candidatura, Alcolumbre não havia oficializado seu nome para a disputa.

Para evitar ser barrado no comando da sessão, ele mandou trancar as portas do plenário antes de chegar à Casa. Temia que José Maranhão (MDB-AP), aliado de Renan apto a conduzir os trabalhos, sentasse antes dele na cadeira da Mesa Diretora.

A sessão teve gritaria e bate-boca entre parlamentares e acabou adiada. Em determinado momento, a então senadora Kátia Abreu foi à Mesa e tomou de Alcolumbre a pasta dos trabalhos. O movimento virou meme nas redes sociais, e a sessão foi comparada à apuração do Carnaval de São Paulo de 2012, quando um membro da escola de samba Império de Casa Verde invadiu a mesa dos jurados e roubou e rasgou as cédulas de apuração.

Uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli mandou o Senado seguir o regimento e realizar a votação secreta. Mesmo assim, Renan não conseguiu converter em votos o favoritismo que dizia ter nos bastidores e decidiu retirar sua candidatura. Ele deixou e a sessão acusando Alcolumbre de autoritarismo.

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