São Paulo, 8 de agosto de 2025 – O JPMorgan revisou sua projeção e agora espera que o FederalReserve (Fed, o banco central norte-americano) reduza as taxas de juros em 0,25 ponto percentual(pp) já em setembro, antecipando-se à previsão anterior de um corte apenas em dezembro. O bancocitou sinais de fragilidade no mercado de trabalho e incertezas em torno da nova indicação dopresidente Donald Trump para o Fed, Stephen Miran, que pode aumentar as divisões internas nocomitê de política monetária.
A mudança ocorre após meses de pressão de Trump por cortes de juros, em meio a tensões com oatual presidente do Fed, Jerome Powell. Analistas do JPMorgan destacam que, se Miran for confirmadoantes da reunião de setembro, sua presença poderia levar a mais discordâncias nas votações,complicando o consenso sobre a política monetária. Além disso, os dados de emprego de agostoserão cruciais: uma taxa de desemprego acima de 4,4% poderia justificar um corte mais agressivo,enquanto números melhores podem fortalecer os argumentos dos membros mais preocupados com ainflação.
Em paralelo, o JPMorgan apontou que o atual governador do Fed, Christopher Waller, estáemergindo como o favorito para substituir Powell no comando do banco central, uma movimentação queseria bem recebida pelos mercados. Analistas do Barclays concordam, afirmando que a nomeação deWaller reduziria incertezas sobre a resposta do Fed a indicadores econômicos, beneficiando títulosde longo prazo.
Os mercados já estão precificando um corte em setembro com 91,4% de probabilidade, um saltosignificativo em relação aos 37,7% da semana passada, segundo o FedWatch Tool do CME Group. Seconfirmado, esse movimento marcaria uma guinada na política monetária após um longo ciclo dejuros elevados, em um contexto de desaceleração econômica e pressões políticas.
Vanessa Zampronho / Safras News
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