São Paulo, 8 de agosto de 2025 – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manteve uma série deconversas telefônicas com líderes estrangeiros, incluindo os presidentes da China e da India, parainformá-los sobre seus recentes contatos com os Estados Unidos a respeito da guerra na Ucrânia. Amovimentação diplomática ocorre após Putin receber em Moscou o enviado de Donald Trump, SteveWitkoff, na quarta-feira. Segundo o Kremlin, uma cúpula entre Putin e Trump pode ocorrer já napróxima semana, embora ainda não tenham sido definidos local, data ou pauta do encontro.
Trump tem pressionado por um fim da guerra, que já dura três anos e meio, e estabeleceu umprazo até esta sexta-feira para que a Rússia aceite um acordo de paz. Caso contrário, novassanções seriam impostas a Moscou e aos países que compram exportações russas. China e India,principais compradores de petróleo russo, estão diretamente implicadas nesse contexto. Opresidente chinês, Xi Jinping, afirmou a Putin que vê com bons olhos os esforços de aproximaçãoentre Rússia e Estados Unidos e apoia uma solução política para a crise ucraniana.
A China tem sido um dos principais aliados da Rússia na disputa geopolítica com o Ocidente,além de ser seu maior parceiro comercial. Putin deve visitar o país em setembro para participar deeventos que marcam os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Já o primeiro-ministro da India,Narendra Modi, também conversou com Putin e agradeceu pela atualização sobre a situação naUcrânia. Nos últimos dias, Trump anunciou uma tarifa adicional de 25% sobre produtos indianos comoforma de penalizar Nova Délhi pelas compras de petróleo russo.
O presidente russo também conversou com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, queexpressou total apoio a iniciativas de paz que encerrem o conflito. Outro interlocutor foi opresidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, que se reuniu com Putin emMoscou. Segundo o líder russo, os Emirados podem ser um local possível para sediar o encontro comTrump. Todos esses países (China, India, África do Sul e Emirados Árabes) integram o grupo BRICS,que Moscou enxerga como um contraponto ao domínio político e econômico dos Estados Unidos.
Além desses contatos, Putin também discutiu os resultados da visita de Witkoff com opresidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e com os líderes de Cazaquistão e Uzbequistão,todos países da antiga União Soviética. O esforço diplomático evidencia a tentativa do Kremlinde articular apoio internacional antes da possível reunião com Trump, em meio à pressãocrescente por um desfecho para a guerra na Ucrânia.
Vanessa Zampronho / Safras News
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