São Paulo, 8 de agosto de 2025 – O Ministério das Relações Exteriores (MRE) convocou oencarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos (EUA), Gabriel Escobar, para darexplicações sobre as ameaças do governo de Donald Trump contra aliados de [Alexandre de] Moraesno Judiciário. As informações são da Agência Brasil.
O secretário interino da Europa e América do Norte do Itamaraty, o embaixador Flavio CelioGoldman, recebeu o representante do governo Trump no Brasil para manifestar indignação do governobrasileiro com o tom e o conteúdo das postagens recentes do Departamento de Estado e da embaixadanas redes sociais.
O governo entende que as manifestações dos órgãos do Estado do país norte-americano representamclara ingerência em assuntos internos e são ameaças inaceitáveis à autoridades brasileiras.
O Departamento de Estado dos EUA, órgão similar a um ministério das relações exteriores, temusado as redes sociais para atacar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ministroAlexandre de Moraes relativas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
Ontem (7), a Embaixada dos EUA no Brasil traduziu comentário do secretário de diplomacia públicaDarren Beattie, ameaçando autoridades do Judiciário brasileiro que contribuam com Moraes. Osaliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitara conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto, disse o comunicado do diplomata,acusando o ministro de censura e perseguição contra Bolsonaro.
No último dia 30 de julho, os EUA aplicaram sanções econômicas contra Alexandre de Moraes,previstas na chamada Lei Magnitsky, como punição pelo julgamento da trama golpista, que apuratentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022, o que incluiria planos paraprender e assassinar autoridades públicas.
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro pressionou comandantesmilitares para suspender o resultado da eleição presidencial de outubro de 2022, quando perdeupara o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele nega as acusações.
O ex-presidente ainda é investigado em ação que apura a ação de Bolsonaro e seu filho, odeputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), junto aos EUA para impor sanções contra o Brasil. Entre asrazões elencadas pelo governo Trump para tarifar o Brasil, está o processo contra o ex-presidente.