Artista morre com suspeita de botulismo após comer sanduíche de brócolis

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O artista italiano Luigi Di Sarno, 52, morreu no dia 6 de agosto, com suspeita de intoxicação por botulismo na Itália. Ele teria consumido um sanduíche de linguiça com brócolis contaminado, vendido por um comerciante ambulante, na província de Cosenza, na Calábria. As informações são do jornal italiano Corriere della Sera.

Duas mortes estão sob investigação. Além de Di Sarno, as autoridades italianas apuram se a morte de uma mulher de 45 anos, moradora de Praia a Mare, também foi causada pelo mesmo produto. Os dois teriam comido no mesmo food truck e, em seguida, procurado atendimento na mesma clínica privada de Belvedere Marittimo.

Atendimento médico pode ter falhado. Em ambos os casos, a suspeita é de que os médicos não tenham identificado a intoxicação por botulismo, atrasando o início do tratamento. Di Sarno chegou a ser orientado a buscar um hospital mais equipado, mas piorou durante a viagem de volta para a Nápoles e morreu antes de chegar ao destino.

A vítima foi socorrida no caminho. Uma equipe de resgate, inclusive com helicóptero, tentou transferi-lo para o hospital de Lagonegro, mas ele não resistiu. A mulher teria apresentado sintomas semelhantes e também não recebeu intervenção específica na clínica.

Corpo será exumado. A mulher foi sepultada na última semana, mas o Ministério Público de Paola, cidade da Calábria, vai autorizar a exumação para autópsia. O irmão da vítima, desconfiado após as notícias sobre os casos de intoxicação, acionou a Justiça para esclarecer a causa da morte.

Luigi já suspeitava do sanduíche. Segundo Mena, irmã de Luigi, os dois se falaram diversas vezes após ele consumir o brócolis. “Comi um sanduíche, talvez não devesse ter feito isso, estou me sentindo muito mal”, teria dito Luigi no primeiro contato. Horas depois, voltou a ligar, com a voz fraca e pausada. “Não consigo respirar, não consigo ver, não consigo engolir”, disse. Na manhã seguinte, ele estaria ainda pior.

Mena viajou com outra irmã para encontrar Luigi. Ela descobriu, no entanto, que ele já havia recebido alta da clínica e insistia que continuava mal. Durante o trajeto de volta a Nápoles, ele começou a sufocar. “Estou morrendo”, repetia à irmã. “Menos de dois minutos depois, ele já não estava mais aqui”, disse Mena ao Corriere della Sera.

COMERCIANTE É INVESTIGADO

Vendedor dos sanduíches é suspeito de dois crimes. O Ministério Público abriu inquérito por “morte como consequência de outro crime” e “comercialização de alimento nocivo”. O ambulante que teria vendido o produto está entre os investigados, assim como fornecedores de ingredientes usados na preparação.

Produto suspeito está sendo rastreado. As autoridades tentam localizar e retirar do mercado todos os potes de brócolis em conserva ligados aos casos, com o objetivo de evitar novas contaminações.

Furgão ficava exposto ao sol. Segundo o Ministério Público, o veículo usado para a venda ficava parado durante todo o dia sob altas temperaturas, o que pode ter favorecido a proliferação das toxinas botulínicas nos alimentos.

Calábria reforçou estoque de soro. Após os casos, a região obteve autorização para manter sete frascos de antídoto no Hospital Annunziata, em Cosenza. A medida é excepcional, já que, no país, o medicamento é controlado pelo Ministério da Saúde e distribuído apenas pelo Centro Antivenenos de Pavia.

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