São Paulo, 19 de agosto de 2025 – Israel está analisando a resposta apresentada pelo Hamas auma proposta de cessar-fogo em Gaza que prevê uma trégua de 60 dias e a libertação de metade dosreféns ainda detidos no enclave. Segundo autoridades israelenses, a posição oficial continuasendo a exigência da libertação de todos os 50 reféns ainda vivos para o fim da guerra, emboranão tenha havido uma rejeição explícita ao plano.
O acordo mediado por Egito e Catar, com apoio dos Estados Unidos, inclui também a libertaçãode 200 prisioneiros palestinos (além de mulheres e menores) em troca de 10 reféns vivos e 18corpos atualmente em Gaza. O plano prevê ainda a retirada parcial das forças israelenses, quecontrolam hoje cerca de 75% do território, e maior entrada de ajuda humanitária, num momento emque 2,2 milhões de palestinos enfrentam risco crescente de fome.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deve discutir a proposta nos próximos dias, enquantocresce a pressão interna. No último domingo, dezenas de milhares de israelenses saíram às ruasem alguns dos maiores protestos desde o início da guerra, pedindo um acordo para libertar osreféns e encerrar os combates. Por outro lado, ministros da ala mais à direita da coalizão degoverno insistem em prosseguir a ofensiva até a derrota do Hamas e até em anexar Gaza.
Apesar das negociações, os combates seguem intensos. Nesta terça-feira, ataques israelensescom tanques e aviões em Gaza mataram pelo menos 20 palestinos, segundo autoridades locais, enquantohospitais relataram dezenas de pessoas presas em suas casas sob bombardeios. Tanques israelensesavançaram sobre o bairro de Zeitoun, nas imediações da Cidade de Gaza, e continuaram atacandoáreas vizinhas, como Sabra.
O Hamas afirmou que aceitou a proposta de cessar-fogo sem apresentar novas exigências,considerando o plano como um acordo provisório que abriria caminho para negociações mais amplassobre o fim da guerra. No entanto, Israel continua demandando que o grupo entregue as armas e queseus líderes abandonem Gaza – condições que o Hamas rejeita. Desde o início da guerra, emoutubro de 2023, mais de 62 mil palestinos foram mortos, segundo autoridades locais, enquanto Israelinsiste que sua ofensiva é necessária para garantir segurança após o ataque inicial do Hamas,que matou 1.200 pessoas e fez 251 reféns.
Com informações da Reuters.
Vanessa Zampronho / Safras News
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