[AGÊNCIA DC NEWS]. A XP revisou de 0,5% para 0,3% sua projeção de crescimento para o PIB no segundo trimestre, após alta de 1,4% no primeiro. “A maioria dos setores perdeu fôlego nos últimos meses, especialmente aqueles mais sensíveis às condições de crédito”, afirmou a corretora, que espera retração de 2% nessas áreas. No terceiro trimestre, a expectativa é de alta de 0,5% no PIB como um todo, fechando o ano com crescimento de 2,2% (e 1,7% no próximo), abaixo de 2024 (alta de 3,4%). O IBGE divulgará os resultados – relativos ao segundo trimestre, no ano e em 12 meses – no próximo dia 2 de setembro. Na mais recente edição do boletim Focus, do Banco Central, as estimativas para o PIB estão em 2,21% (2025) e 1,87% (2026).
A projeção para a agropecuária indica queda de 1,4% do primeiro para o segundo trimestre, após crescimento de 12,2% no início do ano, “ainda refletindo a safra recorde de grãos”. Para o acumulado do ano, a estimativa é de 7,5%. Para a indústria, a estimativa é de 0,3% no segundo trimestre e de 1,3% em 2025. Para os serviços, 0,2% e 2,1%, respectivamente – incluindo -0,4% e +1,6% no comércio. Indústria e serviços desaceleram em relação a 2024, quando tiveram alta de 3,3% e 3,7%, respectivamente.
No relatório, a XP sustenta que a piora nas condições de crédito “continuará pesando” sobre a atividade doméstica. “Ainda assim, a o firme crescimento da renda deve evitar uma desaceleração econômica mais acentuada”, disse a corretora. “O mercado de trabalho continua robusto e as transferências fiscais permanecem elevadas, com destaque ao pagamento de precatórios no trimestre corrente.” A esperada contração (-2,4% no trimestre) da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, indicador de investimento) deve compensar o avanço do consumo das famílias (+0,4%) e do governo (+0,3%).
No caso do consumo das famílias, a estimativa da XP é de crescimento de 2,3% neste ano. Seria menos da metade do resultado de 2024, quando a alta foi de 4,8%. A FBCF também ficaria bem abaixo do ano passado: de +7,3% para +4,2%. O consumo do governo não teria maior variação, de +1,9% para +1,8%. “O cenário de ‘pouso suave’ permanece”, afirmou a XP. “A nosso ver, o aperto das condições de crédito — juros elevados, aumento do endividamento — continuará pesando sobre a atividade doméstica. Ainda assim, existem fatores de suavização.”