Bolsonaro preparou pedido de asilo a Milei na Argentina, diz PF

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) guardava no seu celular um pedido de asilo político direcionado a Javier Milei, presidente da Argentina. Localizado no celular apreendido do ex-presidente, o documento viabilizaria a saída de Bolsonaro do Brasil e foi criado após a deflagração de investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, segundo a PF.

A carta com o pedido de asilo é citada no relatório em que a PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sob suspeita de obstrução do julgamento da trama golpista, em curso no STF (Supremo Tribunal Federal).

Os agentes afirmam que localizaram no celular do ex-presidente um arquivo de texto revelando que Bolsonaro “praticou atos para obter asilo político na Argentina”. O documento foi salvo no celular do ex-presidente em 10 de fevereiro de 2024, dois dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, quando foi determinada a entrega do passaporte de Bolsonaro.

Segundo a PF, o documento possui 33 páginas e está relacionado a um pedido de asilo político de Bolsonaro direcionado a Milei.

A polícia reproduziu trechos do texto, escrito em primeira pessoa. Na introdução, o documento diz: “De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos”. Em outro trecho, a carta pede asilo político “em regime de urgência, por eu me encontrar na situação de perseguido político”.

O documento não contém assinatura. A PF também afirma que em 5 de dezembro de 2023, cerca de dois meses antes da última edição do documento, Bolsonaro informou ao ministro Alexandre de Moraes que viajaria para a Argentina de 7 a 11 de dezembro. O ex-presidente acompanhou a posse de Milei, em 10 de dezembro.

“Os elementos informativos encontrados indicam, portanto, que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha em sua posse documento que viabilizaria sua evasão do Brasil em direção à República Argentina, notadamente após a deflagração de investigação pela Polícia Federal com a identificação de materialidade e autoridade delitiva quanto aos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito por organização criminosa”, afirma o relatório da PF.

A polícia ainda afirma que um usuário no nome de Fernanda Bolsonaro, que seria a esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), está registrado nos metadados do documento como criador e último a editar a carta.

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