Quem são o senador e o deputado que vão comandar a CPI do INSS

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Com a derrota imposta ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) será presidida por um senador pressionado pela reeleição e relatada por um deputado federal conhecidamente bolsonarista.

Indicado para relatar a CPMI, o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) se tornou curinga da oposição em temas jurídicos por ter sido chefe do Ministério Público de Alagoas duas vezes seguidas, entre 2017 e 2020.

Gaspar é um dos favoritos do grupo para a relatoria da anistia aos golpistas de 8 de Janeiro de 2023, que pode também livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Neste ano, beneficiou Bolsonaro e outros réus do processo como relator do recurso que suspendeu a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e réu no núcleo principal da trama golpista.

A turma do STF responsável pelo julgamento da trama golpista, porém, entendeu que essa manobra teria alcance limitado e se aplicaria apenas a parte da acusação contra Ramagem.

Gaspar foi candidato a prefeito de Maceió (AL) em 2020 com o apoio do hoje ministro dos Transportes de Lula, Renan Filho (MDB), de quem tinha sido secretário de segurança pública no primeiro ano de governo.

Chegou ao segundo turno na frente do adversário, mas perdeu tração e acabou derrotado pelo atual prefeito, João Henrique Caldas (PL), JHC. Após o episódio, deu uma guinada à direita e se aliou ao principal adversário da família Calheiros no estado, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL).

Já o presidente da CPMI, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), busca protagonismo para ser reeleito senador por Minas Gerais no ano que vem após o fiasco na disputa para a prefeitura de Belo Horizonte, no ano passado.

Eleito para o Senado em sua eleição de estreia, em 2018, Viana era conhecido em parte dos municípios mineiros pela carreira como apresentador de rádio e TV.

Desde que chegou ao Senado, passou por quatro partidos para ganhar mais projeção na direita: trocou o PHS pelo PSD, o PSD pelo PL e, por fim, o PL pelo Podemos.

Viana disputou o governo de Minas Gerais pelo PL em 2022, mas saiu da disputa irritado com Bolsonaro depois que o ex-presidente embarcou na candidatura do governador Romeu Zema (Novo). Sem o apoio de Bolsonaro, Viana terminou as eleições em terceiro lugar, com apenas 7% dos votos.

O resultado foi ainda pior na eleição para a prefeitura de Belo Horizonte, em outubro de 2024. O senador terminou em sétimo lugar, com 1% dos votos.

Viana integra a oposição ao governo Lula no Senado, mas é visto como um parlamentar discreto e moderado. Um dos principais feitos políticos até aqui foi a criação de uma bancada evangélica própria com foco em pautas antiaborto, drogas e jogos de azar.

A reviravolta foi costurada nas últimas horas pelo PL de Bolsonaro e pela recém-criada federação União Brasil e Progressistas —partidos que têm juntos quatro ministérios no governo, além da Caixa Econômica Federal.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), havia indicado para presidir a CPMI o senador Omar Aziz (PSD-AM), que integra a base de Lula. Com a votação inesperada e a jato, o governo viu Viana ganhar de Aziz por 17 votos a 14.

Logo após a vitória, Viana anunciou que o nome da oposição para relatoria era o de Gaspar. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-TO), havia escolhido Ricardo Ayres (Republicanos-TO), seu colega de partido.

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