Bolsa fecha em tímida queda com cenário político doméstico no radar; bancos recuam

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São Paulo, 21 de agosto de 2025 – A Bolsa fechou em tímida queda, praticamente estável,atingindo a mínima de 133.874,43 e máxima de 134.836,72 pontos, com os agentes financeirosmantendo uma postura cautelosa em meio às incertezas no cenário político doméstico e com o setorfinanceiro registrando mais uma sessão em queda.

A Vale conseguiu encerrar no positivo. O mercado fica à espera do simpósio de Jackson Hole.

Em relação às ações, Bradesco (ON, -0,29% e PN, -0,31%); Itaú (PN, +0,11%) e BTGPactual(BPAC11, -0,95%). Banco do Brasil (ON, -0,85%).

Na ponta positiva, Embraer (ON, +1,15%); Vale (ON, +0,84%) e Petrobras (ON, -0,09%; PN, +0,23%)

O principal índice da B3 caiu 0,11%, aos 134.510,85 pontos. Às 17h21 (horário de Brasília),o Ibovespa futuro com vencimento em outubro recuava 0,05%, aos 137.025 pontos. O giro financeiro foide R$ 15,4 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no negativo.

Rodrigo Moliterno head de renda variável da Veedha Investimentos, disse que o mercado fechouperto da estabilidade.

“O dia foi de digerir as notícias sobre o posicionamento do Dino em relação aos bancos, com omercado absorvendo a pesquisa Quaest com Lula abrindo um pouco de vantagem [frente aos possíveiscandidatos] e os investidores tentando prever os próximos momentos. Os bancos tentaram reagir, masnão conseguiram. O setor de commodities melhorou. Mas o mercado segue cético com o imbróglioBrasil e EUA. O que acabou pesando também foi sobre quando vai começar a cair juros nos EUA. Asexpectativas de corte de juros em setembro tiveram redução, mercado espera falas do Powellamanhã”.

Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, disse que “o Ibovespa demonstrasinal de fraqueza com baixíssimo fluxo. O investidor estrangeiro segue cauteloso, e sem essesuporte o mercado local fica mais frágil. Vemos mais um dia difícil para o setor financeiro porconta do ambiente geral de incerteza, com receio de sanções e multas que podem vir de fora e oembate com o STF”.

O head de renda variável e sócio da GT Capital ressaltou que o cenário político “deixa cadavez mais os investidores de cabelos em pé. A decisão recente do ministro Flávio Dino ainda geradesconforto sobre a segurança jurídica. O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro adicionaruído e eleva a tensão institucional, especialmente depois da revelação de que teria preparadoum pedido de asilo. E a pesquisa Quaest, mostrando Lula à frente e vencendo em cenários de segundoturno, também está no radar porque o mercado lê isso como sinal de continuidade da agenda atual,com todos os desafios fiscais conhecidos”.

Mais cedo, foram divulgados dados de atividade nos estados Unidos mistos. O PMI composto, queagrega dados sobre a atividade dos setores industrial e de serviços, subiu para 55,4 pontos emagosto em leitura preliminar, ante 55,1 pontos em julho. “Isso mostra que a economia americana segueem expansão, e Isso reforça a visão de que os EUA ainda têm crescimento para entregar”, disse

Para Régis Chinchila, analista de research da Terra Investimentos, o Ibovespa cai refletindo acautela do investidor com o cenário doméstico e externo.

“O investidor digere a pesquisa Genial/Quaest de intenção de voto para presidente em 2026 emque reforçou a liderança de Lula, mas apontou Tarcísio como nome mais competitivo da direita emeventual segundo turno, ainda que com perda de fôlego. O mercado fica de olho na agenda doCongresso inclui o PL [Projeto de Lei], que prevê isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil. E,os bancos recuam com Bradesco, BTG e Banco do Brasil entre as principais quedas, após notíciasenvolvendo possíveis impactos da Lei Magnitsky sobre instituições financeiras. Petrobras tambémcontribui negativamente, em meio à especulação sobre ampliar participação na Braskem”.

Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)

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