RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse nesta sexta-feira (22) a um grupo de jornalistas durante evento no Rio de Janeiro que, caso o governo não tenha interesse em federalizar a Cemig, a companhia de energia mineira poderá ser leiloada e, com o dinheiro, o governo estadual pagar parte da dívida bilionária que tem com a União.
Essa é uma tese que já vinha sendo defendida por integrantes do governo de Zema. Porém, para que o leilão de privatização da empresa aconteça, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais precisa revogar legislação do estado para permitir a venda das ações da Cemig para o mercado.
A dívida de Minas com a União está em R$ 165 bilhões. O estado tem 51% do capital social da empresa, cujo valor de mercado hoje está em R$ 35 bilhões.
Mas a avaliação dos ativos da empresa para uma precificação de venda de ações da companhia será feita pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que possui 11,14% de participação na Cemig.
Segundo Zema, a federalização pode não ser interessante para Lula -especialmente agora que a equipe econômica briga por espaço no Orçamento para cumprir suas metas fiscais. O governo federal pode ter que desembolsar ao menos R$ 16,25 bilhões extras caso opte por essa saída.
Isso porque um mecanismo conhecido como tag along obrigaria a União a fazer ofertas para acionistas minoritários por 80% do valor pago para cada ação ordinária ao governo mineiro.
“[Isso] poderia fazer com que o governo federal tivesse uma despesa gigante após a transferência das ações”, disse o governador durante evento do Lide, grupo empresarial do ex-governador João Doria. Por isso, Zema já considera o leilão de privatização, tanto da Cemig quanto da Copasa, estatal de saneamento na qual, segundo ele, o governo Lula não tem interesse.
“Nós estamos levando ambos os processos [Cemig e Copasa] adiante. Se o governo não tiver interesse nas ações, as empresas seriam leiloadas e o valor utilizado 100% para quitação de dívida”, afirmou.