Autoridades dos EUA e Rússia discutiram acordos de energia junto com últimas negociações de paz na Ucrânia - Reuters

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São Paulo, 26 de agosto de 2025 – Funcionários dos governos dos Estados Unidos e da Rússiadiscutiram possíveis acordos energéticos paralelamente às mais recentes negociações de pazsobre a Ucrânia, segundo fontes próximas ao processo informaram à agência Reuters. As ideiasforam apresentadas como incentivos para que Moscou aceitasse um cessar-fogo e, em troca, Washingtonreduzisse ou flexibilizasse sanções impostas desde 2022.

Entre os temas abordados esteve a possibilidade de a Exxon Mobil retornar ao projeto Sakhalin-1de petróleo e gás, do qual havia se retirado após a invasão da Ucrânia. Também foi discutida acompra, por parte da Rússia, de equipamentos norte-americanos para projetos de gás naturalliquefeito (GNL) como o Arctic LNG 2, atualmente sob sanções ocidentais. Outra proposta mencionadafoi a aquisição, pelos EUA, de navios quebra-gelo movidos a energia nuclear da Rússia.

As conversas ocorreram em Moscou, em uma visita do enviado americano Steve Witkoff, que sereuniu com Vladimir Putin e Kirill Dmitriev, responsável pelos investimentos do Kremlin. Duasfontes afirmam que os tópicos também foram debatidos dentro da Casa Branca com o presidente Trump.Em paralelo, na cúpula do Alasca, em 15 de agosto, houve tentativas de anunciar algum acordo comovitória política de Trump.

No entanto, as negociações energéticas coincidiram com a postura dura de Trump, que ameaçaampliar sanções contra Moscou caso não haja avanço nos diálogos de paz, além de considerartarifas mais pesadas sobre a India, um dos maiores compradores de petróleo russo. Isso pressiona acapacidade da Rússia manter o nível atual de exportações energéticas e reforça o estilo deTrump de usar negócios como ferramenta de política externa.

Ao mesmo tempo, Moscou vem sinalizando flexibilização: Putin assinou um decreto que podepermitir a volta de investidores estrangeiros ao Sakhalin-1, inclusive a Exxon, desde que apoiemesforços para derrubar algumas sanções. Já o projeto Arctic LNG 2, da Novatek, segue operando emritmo reduzido, mantendo embarques apesar das restrições internacionais, e busca alternativas defornecimento tecnológico, especialmente junto à China.

Washington, por sua vez, tenta redirecionar Moscou para a tecnologia americana e, assim,afastá-la da dependência chinesa. Esse movimento ocorre em meio ao aprofundamento da parceriaestratégica “sem limites” entre Rússia e China, formalizada pouco antes da guerra. Xi Jinping ePutin já se encontraram mais de 40 vezes nos últimos dez anos, e a proximidade dos dois líderescontinua sendo um desafio para a estratégia diplomática e comercial dos EUA.

Vanessa Zampronho / Safras News

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