Manifestantes em Israel pedem acordo para libertar reféns horas antes de reunião do governo

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Centenas de manifestantes tomaram as ruas de Tel Aviv para pedir o fim da guerra e o retorno dos reféns em poder do Hamas nesta terça-feira (26), enquanto mais famílias fugiam da Cidade de Gaza após uma noite de bombardeios israelenses.

Os ataques mataram pelo menos 34 pessoas durante a noite, segundo autoridades locais de saúde, incluindo 18 pessoas nos arredores da principal cidade da Faixa de Gaza, onde vivem cerca de metade dos 2 milhões de habitantes do território palestino.

De acordo com moradores, bombardeios aéreos e de tanques israelenses continuaram durante toda a noite nos bairros de Sabra, Shejaia e Tuffah, no leste da Cidade de Gaza, e na cidade de Jabalia, no norte, destruindo estradas e casas. “Terremotos, é como chamamos, eles querem assustar as pessoas para que deixem suas casas”, disse Ismail, 40, um morador local.

A ofensiva mostra que Israel não deve recuar dos planos de tomar a cidade mesmo após causar, mais uma vez, indignação internacional na véspera, quando bombardeou um hospital e matou pelo menos 20 pessoas no local, incluindo jornalistas que trabalhavam para Reuters, Associated Press e Al Jazeera —ação chamada de “completamente inaceitável” pela União Europeia nesta terça.

Internamente, o conflito também gera desgastes ao governo de Binyamin Netanyahu, que viu protestos ocorrerem nas ruas do país horas antes de uma reunião do gabinete de segurança para abordar as negociações de cessar-fogo, no final da tarde desta terça (manhã no Brasil).

Os manifestantes bloquearam estradas em Tel Aviv e em outros lugares da nação, segurando fotos de reféns ainda mantidos em Gaza e pedindo o fim da guerra. Um comício planejado para ocorrer ainda nesta terça em frente à sede do Ministério da Defesa de Israel deve atrair milhares de pessoas, e manifestações foram organizadas perto da sede da embaixada dos Estados Unidos e diante das residências de vários ministros em todo o país.

“Por 690 dias, o governo tem travado uma guerra sem um objetivo claro”, disse Einav Zangauker, mãe do refém israelense Matan Zangauker, em uma declaração com outras famílias de reféns que lançaram o chamado Dia da Ruptura. “Como os reféns, os vivos e os caídos, serão devolvidos? Quem governará Gaza no dia seguinte? Como reconstruímos nosso país?”

“Netanyahu prioriza a destruição do Hamas em detrimento da libertação dos reféns”, afirmou, por sua vez, Ruby Chen, que teve o filho sequestrado pelo grupo terrorista em outubro de 2023. “Ele acredita que sacrificar 50 reféns por suas necessidades políticas é uma alternativa válida.”

O plano de tomar a Cidade de Gaza gerou temores, vindos inclusive do chefe das Forças Armadas de Israel, pela vida dos reféns. Um plano de cessar-fogo já aceito pelo Hamas aguarda aprovação de Israel há mais de uma semana.

A proposta, que se assemelha a um outro plano aceito anteriormente por Tel Aviv, prevê a libertação gradual de reféns ao longo de 60 dias em troca da libertação de prisioneiros palestinos em Israel. Durante esse período, seriam discutidos pontos para encerrar o conflito.

O conflito levou Gaza a uma catástrofe humanitária devido aos bombardeios que devastaram o território e ao bloqueio de ajuda imposto por Tel Aviv. Nesta terça, o PMA (Programa Mundial de Alimentos), da ONU, alertou que a ajuda que Israel permite entrar é insuficiente diante da situação de fome.

Carl Saku, diretor de operações da iniciativa, disse à agência de notícias AFP que houve um “pequeno aumento” na entrada de ajuda, com quase 100 caminhões diários, mas que “ainda é uma gota no oceano para atender cerca de 2,1 milhões de pessoas”.

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