São Paulo, 26 de agosto de 2025 – O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio,Thomas Barrack, afirmou hoje que o governo libanês apresentará em 31 de agosto um plano paratentar persuadir o grupo Hezbollah a entregar suas armas. Segundo ele, a proposta não envolveráação militar, mas medidas de incentivo, incluindo alternativas econômicas para milhares decombatentes financiados pelo Irã. Paralelamente, Israel deve apresentar um plano para retiradagradual de suas tropas do sul do Líbano, caso o desarmamento avance.
Barrack, que se reuniu com o presidente libanês Joseph Aoun e o primeiro-ministro Nawaf Salam,destacou que o objetivo é instituir um monopólio estatal sobre o uso de armas. Salam declarou queo país entrou em um caminho “irreversível” para colocar todo o arsenal sob controle do Estado, como Exército libanês responsável por elaborar o plano final. Israel, por sua vez, sinalizoudisposição de recuar de áreas ocupadas se houver progresso no desarmamento do Hezbollah, o queBarrack classificou como um “desenvolvimento histórico”.
O Hezbollah, no entanto, rejeitou qualquer iniciativa de desarmamento em paralelo à presençamilitar israelense. Naim Qassem, vice-líder do grupo, disse em discurso gravado que o governodeveria recuar dessa decisão, pois ela serviria apenas aos interesses de Israel. Ele exigiu que opaís vizinho cumpra integralmente o cessar-fogo assinado em novembro de 2024 antes de qualquerdiscussão sobre uma estratégia nacional de defesa.
A situação ocorre após a guerra do ano passado contra Israel, que deixou o Hezbollahenfraquecido, com perdas significativas de comandantes e combatentes. O cessar-fogo mediado pelosEUA estabeleceu a obrigação de o Líbano desarmar grupos armados não estatais. Apesar disso,Israel manteve posições dentro do território libanês e segue realizando ataques aéreos pontuaiscontra alvos que diz pertencerem ao grupo xiita.
Barrack ressaltou que o desafio não é apenas militar, mas também social e econômico, já quecerca de 40 mil combatentes do Hezbollah e suas famílias vivem com recursos provenientes de Teerã.Segundo ele, países do Golfo, como Catar e Arábia Saudita, estariam dispostos a ajudar nacriação de um “fórum econômico” para o sul do Líbano, com apoio dos EUA e de autoridadeslocais, a fim de oferecer alternativas de trabalho e sustento que reduzam a dependência do grupo aofinanciamento iraniano.
Com informações da Reuters.
Vanessa Zampronho / Safras News
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