BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Durante reunião ministerial nesta terça-feira (26), o presidente Lula (PT) voltou a passar recados contra o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e à falta de regulamentação das chamadas big techs.
“Ele [Trump] publicou de novo ontem às 21h uma nota dizendo que quem mexer nas big techs dele vai ter consequências”, disse Lula, que faz uso do boné com a mensagem “O Brasil é dos brasileiros”, slogan nacionalista usado pela gestão desde que intensificou o discurso de soberania nacional.
“Disse que as big techs são patrimônios americanos e não quer que ninguém mexa. Isso pode ser verdade para ele, não para nós. Quem quiser entrar nesse 8 milhões de km² tem que prestar conta à nossa Constituição”, declarou.
O presidente também voltou a pedir a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro pelas articulações em prol do tarifaço, direcionando o pedido à ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), responsável pelo diálogo com o Congresso Nacional.
Lula também voltou a criticar a guerra entre Rússia e Ucrânia e disse acreditar que o fim do conflito se aproxima.
“É um momento de desafio para nós. Todo mundo sabe o que tem acontecido a nível internacional, todo mundo tem acompanhado a questão da guerra da Ucrânia e da Rússia e todo mundo sabe que está para chegar ao final. Putin e Zelenski já sabem o limite dessa guerra, Trump já sabe o limite, então acho que estão aguardando o momento de anunciar o fim da guerras. Acho que a disputa agora é ver quem vai ficar com a dívida da guerra.”
As declarações foram dadas durante abertura da reunião ministerial desta terça, que ocorre sob a expectativa de integrantes de seu governo de um alinhamento do discurso e ações do Palácio do Planalto e orientações sobre as prioridades no Congresso neste ano.
Este é o segundo encontro que reúne todos os ministros da Esplanada, e terá um formato mais curto que a anterior, realizada em janeiro deste ano, que durou cerca de sete horas. Iniciado às 9h, o evento tem a previsão de falas dos ministros Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Gleisi (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda).
Segundo um auxiliar do petista, a ideia é que essa seja uma reunião de alinhamento de discursos e ações do governo daqui para frente, e não de apresentação de balanços.
A expectativa é que Lula cobre a seus ministros por entregas de políticas públicas e inauguração de obras, voltando a dizer que este ano é o “ano da colheita” de seu governo.
Desde a última reunião ministerial, feita em janeiro, fatos relevantes para o governo ocorreram, como o tarifaço de Donald Trump sobre os produtos brasileiros, a crise com o Congresso após derrubada de decreto sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o escândalo de descontos ilegais no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).