Governo federal autoriza estudos técnicos para reativação da Hidrovia do São Francisco

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São Paulo, 26 de agosto de 2025 – O Ministério de Portos e Aeroportos autorizou, nestaterça-feira (26), a Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) a iniciar estudos técnicos para areativação da Hidrovia do São Francisco. A medida foi oficializada por portaria assinada peloministro Silvio Costa Filho e publicada no Diário Oficial da União (DOU). De acordo com anormativa, os estudos vão analisar aspectos operacionais, logísticos e regulatórios, além deviabilizar a exploração privada da infraestrutura e a retomada sustentável da navegação notrecho hidroviário.

A expectativa é de que já no primeiro ano de operação comercial a movimentação de cargas pelorio alcance 5 milhões de toneladas. O projeto prevê ainda a integração da hidrovia com outrosmodais de transporte, como ferrovias e rodovias.

Para o ministro Silvio Costa Filho, a retomada do projeto será estratégica para o desenvolvimentoda região. A reativação da Hidrovia do São Francisco vai fortalecer a economia local, promovendoum transporte mais eficiente, sustentável e integrado com outros modais.

Com 1.371 quilômetros de extensão navegáveis entre Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE),a hidrovia permitirá o transporte de cargas do Centro-Sul ao Nordeste de forma mais econômica esustentável. Um comboio hidroviário pode substituir até 1,2 mil caminhões, reduzindosignificativamente a emissão de CO e o desgaste das rodovias. Além disso, o consumo energéticodas embarcações é consideravelmente menor, tornando essa alternativa uma das mais eficientes esustentáveis do mercado.

Desenvolvimento regional

A Nova Hidrovia é ainda um dos projetos logísticos mais importantes para o escoamento de cargas eo desenvolvimento regional do país. O trajeto inclui o transporte de diversos produtos porbarcaças, com destaque para o gesso agrícola, utilizado como fertilizante e condicionador de solo,gipsita, drywall e calcário, que serão transportados de Petrolina (PE) até Pirapora (MG). A rotatem como principal ponto abastecer o Sudeste e a região conhecida como MATOPIBA (Maranhão,Tocantins, Piauí e Bahia), um importante polo agrícola do país.

Além disso, produtos como açúcar e óleo serão enviados de Juazeiro para Pirapora, econtribuirão para o abastecimento das mesmas regiões. O sal, extraído no Rio Grande do Norte,seguirá em direção a Remanso (BA), onde se encontrará com o São Francisco, continuando suajornada até Pirapora, também rumo ao Sudeste.

O café, por sua vez, fará o trajeto inverso, partindo de Pirapora em direção a Juazeiro ePetrolina para atender à demanda do Nordeste. Já o milho, soja, algodão, adubo e outros insumosagrícolas serão transportados por via terrestre dos municípios baianos de Barreiras e LuísEduardo Magalhães até Ibotirama (BA) e seguirão pela hidrovia até Juazeiro. A partir daí,poderão ser escoados para o Porto de Aratu, em Salvador, por rodovia ou ferrovia.

Instalações portuárias

Para garantir a execução da reativação, o projeto foi dividido em três etapas, com foco naintegração intermodal, por rodovias e ferrovias, visando aumentar a eficiência logística,promover a sustentabilidade e reduzir custos.

A primeira etapa contempla intervenções em um trecho de 604 km navegáveis, entre Juazeiro ePetrolina, passando por Sobradinho (BA) e chegando a Ibotirama (BA). As cargas serão escoadas porrodovias até o Porto de Aratu-Candeias (BA). A segunda etapa abrange 172 km navegáveis entreIbotirama, Bom Jesus da Lapa e Cariacá (BA), com conexão ferroviária aos portos de Ilhéus eAratu-Candeias e a terceira ampliação da hidrovia em 670 km, ligando Bom Jesus da Lapa e Cariacáa Pirapora (MG).

Estão previstas ainda a construção de 17 Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte(IP4), que garantirão o transporte de cargas e passageiros nos estados da Bahia, Pernambuco eAlagoas. Destas, seis estão em fase de projeto e 11 em planejamento. Os editais para os IP4 dePetrolina e Juazeiro devem ser lançados em setembro, com início das obras previsto para janeiro de2026.

As informações partem do Ministério de Portos e Aeroportos.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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