Holding da Reag negocia venda do controle da empresa de investimentos após megaoperação contra PCC

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Reag Capital Holding está em tratativas visando a potencial venda do bloco de controle da Reag Investimentos com potenciais interessados independentes, conforme fato relevante das duas companhias ao mercado nesta segunda-feira (1º).

Na última quinta-feira (28), a sede da Reag Investimentos foi alvo de mandados de busca e apreensão na megaoperação Carbono Oculto, que investiga a atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) em um esquema bilionário de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.

A Reag Investimentos é uma das maiores gestoras independentes do país -ou seja, sem ligação com um banco. Seu principal foco é a gestão de recursos e de patrimônio.

A Reag Capital Holding não divulgou quais seriam os interessados na Reag Investimentos. “As tratativas compreendem, entre outros, a troca de informações sujeitas a acordos de confidencialidade e discussões preliminares sobre termos e condições econômicos e contratuais da possível transação”, afirmaram as duas empresas.

Os donos detém 87% do capital social da gestora. O restante compõe o freef float negociado na Bolsa da Valores. Nesta segunda, por volta das 11h48, os papéis da empresa recuam 0,68%, a R$ 2,94 cada um.

No fato relevante, a Reag acrescentou que não há garantia de que as negociações resultarão na celebração de documento vinculante ou na consumação de qualquer transação, nem definição de preço, estrutura final ou cronograma.

A Reag Investimentos afirmou na quinta-feira que estava colaborando integralmente com as autoridades competentes.

Na investigação, foram citados 11 fundos ligados à Reag: Mabruk II (também conhecido como Rhodonite), Celebration, Reag High Yield, Los Angeles 01 (atual Lucerna Fundos de Investimentos Imobiliários), Derby 44 (também conhecido como Wels), Gold Style, Hans 95 (também conhecido como Terra IV), Olaf 95, Novo (também conhecido como Reag Leeds), Anna e Reag Growth 95.Segundo a empresa, oito deles foram renunciados a partir de 2024,antes da operação.

De acordo com a Justiça de São Paulo, esses fundos seriam utilizados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) para adquirir e ocultar de bens, incluindo imóveis, veículos e até usinas sucroalcooleiras.

A Reag diz que os fundos mencionados nunca estiveram sob sua administração ou gestão. “Quanto aos fundos de investimento apurados em que a empresa atuou como prestadora de serviço, informa que agiu de forma regular e diligente. Cumpre registrar que tais fundos foram, há meses, objeto de renúncia ou liquidação. Reforça, ainda, que não possui nem nunca possuiu qualquer envolvimento com as atividades econômicas ou empresariais conduzidas por esses clientes.”

A instituição se descreve como a maior gestora independente do Brasil, com R$ 299 bilhões sob gestão, de acordo com dados de fevereiro. Criada em 2013, ela tem mais de 130 funcionários. Também está listada na Bolsa de Valores, desde que adquiriu a GetNinjas, em um IPO (sigla em inglês para oferta inicial da ações) reverso.

Em nota, a Reag diz que “colabora integralmente com as autoridades responsáveis pela Operação Carbono Oculto e permanece confiante no regular funcionamento das instituições e da Justiça, com a certeza de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos.”

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