Petrobras vai focar energias solar e eólica só depois de 2035, diz Magda

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta terça-feira (2) que a produção de energia solar e eólica, além de hidrogênio verde, só entrarão nas prioridades da empresa depois de 2035 e que, ao menos até lá, o foco da estatal permanecerá em combustíveis já produzidos, como petróleo. A executiva prevê que o combustível fóssil seja predominante no mercado por ao menos nas próximas duas décadas.

A empresa vai intensificar, por exemplo, a produção de diesel. Segundo Chambriard, a Petrobras planeja colocar 200 mil barris a mais de diesel no mercado brasileiro por dia. O plano acontece ao mesmo tempo em que o governo dos Estados Unidos ameaça aplicar sanções contra países que compram o combustível da Rússia, como é o caso do Brasil.

Segundo ela, os próximos dez anos da empresa terão moléculas fósseis como prioridades, ainda que, destacou, a empresa tenha planos de voltar a produzir etanol. Como a Folha noticiou nas últimas semanas, a empresa deve começar a produzir etanol de milho em breve.

A frase de Magda, apesar de não assustar vindo da presidente de uma petrolífera, vai na contramão dos projetos da gestão passada da Petrobras. O ex-presidente da empresa, Jean Paul Prates, era um entusiasta, por exemplo, da produção de energia eólica em alto mar e chegou a anunciar publicamente planos da empresa ainda em 2023. Além disso, a empresa havia anunciado alguns meses atrás plantas pilotos de produção de hidrogênio verde.

No evento, Magda disse que a Petrobras quer investir R$ 16,5 bilhões em combustíveis renováveis, o que inclui etanol, biodiesel e biogás. “Nós temos alguns projetos extremamente competitivos, alguns tão competitivos quanto os projetos de produção na bacia de Campos”, disse em evento organizado pela Bloomberg, em São Paulo, sem citar quais projetos seriam.

Ela também citou o desejo da Índia de importar mais produtos da empresa. “A Índia se apresenta no Brasil e para a Petrobras como uma compradora de todo o produto que a gente quiser exportar para lá”, afirmou ao comentar eventuais embargos dos Estados Unidos ao petróleo brasileiro. O mercado indiano, aliás, pode absorver parte do aumento da produção de petróleo da estatal.

Ao ser questionada também sobre o crescimento da produção de carros elétricos pelos chineses, Magda disse acreditar que no Brasil os veículos híbridos devem predominar no mercado, o que exigiria ainda altas produções de etanol. “É muito difícil de eletrificar esse país todo, então eu acredito muito mais num híbrido plug in do que num elétrico 100%”, afirma.

“Apesar de eu adorar os combustíveis fósseis, nós não somos negacionistas, mas eu acredito que nós vamos ter aí uma demanda por híbridos no Brasil grande e isso vai postergar essa eletrificação 100%”, acrescenta. ‘Além disso, o veículo de transporte pesado é muito mais difícil de enfrentar em termos de eletrificação, então acredito que essa demanda por fóssil ainda vai estar aí por algumas décadas.”

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