Bolsa fecha em queda pelo 3º pregão seguido sob pressão de Petrobras e bancos; expectativa com payroll

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São Paulo, 3 de setembro de 2025 – A Bolsa fechou em queda pelo terceiro pregão seguido,oscilou entre a mínima de 139.581,88 pontos e a máxima de 140.495,88 pontos, sob a pressão daPetrobras (PETR3 e PETR4) em razão do recuo do petróleo no mercado internacional e a baixa dosbancos.

Os investidores ficam na expectativa para a divulgação do relatório de emprego nos EUA(payroll, sigla em inglês), na sexta-feira (5).

O Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,68%, Itaú (ITUB4) baixou de 0,86%. Petrobras (PETR3 e PETR4)recuava 1,06% e 0,86%. Vale (VALE3) subia 0,37%.

O principal índice da B3 caiu 0,33%, aos 139.863,63 pontos. Às 17h13 (horário de Brasília),o Ibovespa futuro com vencimento em outubro perdia 0,45%, aos 141.840 pontos. O giro financeiro foide R$ 17,3 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Felipe SantAnna, especialista em mercado financeiro do grupo Axia Investing, disse que a Bolsaestá parada esperando payroll de sexta (5).

“Existe uma falta de interesse pelos papéis da Bolsa, com exceção de Cosan e Raízen. Avolatilidade é vista nos papéis mais baratos. Nem o Jolts [relatório] com número menor que oprojetado animou o mercado. O julgamento do Bolsonaro não tem surpresas, com sustentações orais,só esperando o resultado. O destaque fica para a derrubada dos bancos em queda. O Tesouro mandouofício questionando nossos bancos sobre a aplicação da lei Magnitsky contra Moraes. Pode vir umaretaliação dos EUA em cima dos bancos, principalmente banco do Brasil [segundo Lourival SantAnna,da CNN]. Se isso acontecer, os papéis vão derreter”.

Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, disse que a bolsa está de lado com ocenário político indefinido por conta do julgamento do ex-presidente e as consequências noexterior.

“O julgamento do Bolsonaro está forte. Esse cenário deixa um pouco incerto o movimento dabolsa, que está lateral, por causa das incertezas [do que pode vir adiante]. Trump [Donald Trump]disse que depois do terceiro dia [de julgamento] deve se pronunciar, e podemos ver sanções emrelação a isso. Além disso, devemos ver retaliações do Brasil contra EUA. A curva [taxa derendimento dos títulos públicos brasileiros de 10 anos] está desde a semana passada acima do quese imaginava, chegou a bater perto dos 14%, e a bolsa anda com a curva de 10 anos abaixo dos 13,5%.Por enquanto a gente não vê essa expectativa por conta do cenário político”.

Pletes disse que as incertezas em relação às tarifas e expectativa com payroll ficam noradar.

“Trump quer marcar uma reunião de emergência com a Suprema Corte para tratar da decisão quetornou as tarifas ilegais, e isso gera incertezas no mercado. Mas, ele deve sair vitorioso. HojeWaller, que é pró-governo, defendeu corte de juros em setembro e outros mais adiante, mas não fezpreço. Esperamos corte esse mês, quanto aos próximos devemos aguardar. Temos de esperar opayroll”.

Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos, disse que o mercado está emcompasso de espera, reagindo a política monetária americana, cenário político aqui e lá fora.

“O julgamento de Bolsonaro fica no radar. Para o investidor, se traduz em sensação de maiorprudência, que pode limitar a recuperação de curto prazo do Ibovespa. Os investidores monitoram aida de Trump à Suprema Corte [americana] e ficam na expectativa com payroll [na sexta-feira, 5]. Omercado de trabalho nos EUA mostrou desaceleração, o que traz viés mais positivo quando se tratade corte de juros”.

Mais cedo, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou o relatório de emprego evagas (Jolts, na sigla em inglês), que não inclui o setor rural, em que foram criadas 7,181milhões de postos de trabalho no último dia útil de julho. Houve uma queda em relação aos 7,357milhões registrados um mês antes, conforme dado revisado.

Mais cedo, o governador do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), ChristopherWaller, disse que devemos cortar juros nos próximos meses. O presidente do Fed St. Louis, AlbertoMusalem, disse que a política monetária dos EUA está adequada ao cenário econômico atual, masnão sinalizou apoio a um corte na taxa de juros ainda neste mês.

Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)

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