Urgência para reduzir emissões não pode fazer Brasil voltar a importar petróleo, diz novo chefe da ANP

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O novo diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Artur Watt, defendeu nesta sexta-feira (5) que a produção de petróleo brasileira não pode ser afetada pela necessidade de reduzir emissões de gases do efeito estufa para conter a crise climática.

Watt participou da segunda cerimônia de posse de diretores recém-nomeados para agências reguladoras com sede no Rio de Janeiro. A primeira já havia sido realizada em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A necessidade urgente de reduzir a emissão de carbono não pode significar o Brasil voltar a importar petróleo nem deixar de produzir esse item energético importante para nossa economia”, disse ele, em discurso.

Watt prosseguiu defendendo a abertura de novas fronteiras para a exploração de petróleo, questionada por organizações ambientalistas diante de alertas sobre a necessidade de reduzir a produção e queima de combustíveis fósseis.

“Precisamos olhar as novas fronteiras, sempre mantendo o padrão de segurança e sustentabilidade que destacam o setor, nossas principais empresas, como a Petrobras, e a própria ANP”, disse, sem mencionar a bacia da Foz do Amazonas, alvo de embate entre as áreas ambiental e energética do governo.

Hoje, a Petrobras tenta licenciar o primeiro poço em águas profundas nessa bacia, considerada pelo setor a principal aposta para a reposição de reservas de petróleo no país após o esgotamento do pré-sal.

Também empossado novamente nesta sexta, o novo diretor da ANP Pietro Mendes reforçou a defesa pela busca de novas reservas de petróleo no país e pediu maior agilidade nos processos de licenciamento ambiental.

“A ANP tem que se engajar de forma mais firme da importância que tem a reposição de reservas”, disse Mendes, que era braço direito do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao ser indicado por Lula para retornar à ANP, onde começou sua carreira.

Ele afirmou que “é fato que a gente tem hoje um gargalo na parte ambiental”, citando suposta dificuldade da área energética para obter manifestações conjuntas com o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática) para licitação de blocos no Espírito Santo.

A cerimônia contou com a presença de Silveira, que também empossou diretores da ANSN (Agência Nacional de Segurança Nuclear): Alessandro Facure Neves de Salles Soares, Lorena Pozzo, e Ailton Fernando Dias.

É a primeira composição da diretoria da agência, criada recentemente com o objetivo de regular o setor nuclear.

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