Julgamento de Bolsonaro e projeto de Anistia movimentam corrida à Presidência

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São Paulo, 5 de setembro de 2025 – As atenções do mundo político brasileiro deverão permanecervoltadas, na próxima semana, para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo TrIbunalFederal, após as primeiras sessões na primeira semana de setembro. A tentativa da oposição depautar o projeto sobre a Anistia do 8 de janeiro merece atenção e mexe com o quadro sucessório de2026.

Com o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, agora claramente envolvido na disputapresidencial, o projeto de anistia ganha corpo na Câmara Federal. Além dos partidos bolsonaristas,o Centrão pressiona o presidente da Casa, Hugo Motta. A semana foi marcada por reuniões. De umalado, a oposição articulando a evolução do projeto. De outro, o governo avaliando de que formareagir à tentativa.

A frente de direita escolheu Tarcísio como o principal nome a concorrer contra o presidente Lula. Aintenção é garantir a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro, que permaneceria inelegível até2029, e apoiaria o governador de São Paulo. Além dos partidos de oposição, boa parte do Centrãoestá apoiando essa alternativa. Tanto que União e PP anunciaram que deixaram a base do governonesta semana.

Mas o acordo parece que não está totalmente fechado. Uma minuta apresentada na quinta, 4, apontauma anistia irrestrita, incluindo a liberação de Bolsonaro para concorrer já na próximaeleição. Este texto, considerado radical até mesmo por parte dos partidos de direita,inviabilizaria o acordo costurado por Tarcísio.

A probabilidade do projeto de Anistia entrar na pauta é cada vez maior e preocupa o governo. Opresidente Lula já pediu o apoio da sociedade contra o projeto e admitiu que a questão deveevoluir nos próximos dias. A expectativa é que entre na pauta na Câmara logo após o resultado dojulgamento de Bolsonaro.

Do Planalto, saem duas avaliações sobre a questão. A primeira delas é de que, mesmo aprovado naCâmara, o projeto, da maneira que vem sendo apresentado, não passa no Senado. Para isso, conta comum grande aliado: o presidente da casa, Davi Alcolumbre, que trabalha com um projeto alternativo,que contemplaria redução das penas e não anistiaria Bolsonaro.

Parte do governo lembra que Alcolumbre é amigo pessoal do ministro do STF, Alexandre de Moraes, enão iria contra uma decisão do Supremo. Há ainda quem veja na anistia um “presente” eleitoralpara Lula e o governo. Se passar no Legislativo e não for considerado inconstitucional peloJudiciário, o Executivo já deu sinais de que vetaria o projeto, o que é visto como um trunfo dogoverno na corrida eleitoral, já que os frutos do embate com Donald Trump na popularidade dopresidente estão dando sinais que se desgastaram.

Entre o julgamento de Bolsonaro e as negociações em torno da anistia, a pauta econômica poucoavança no Congresso – ainda há a CPMI do INSS também concentrando boa parte das atenções. Aavaliação da LDO, por exemplo, foi adiada para a próxima semana. Pouco se falou também de umprojeto considerado essencial para os interesse políticos de Lula: a isenção do IR para quemganha até R$ 5 mil.

Dylan Della Pasqua / Safras News

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