Empresa Teka ganha fôlego com acordo extrajudicial

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As empresas da família Kuehnrich e o Alumni Fundo de Investimentos em Participações, atual acionista controladora da Teka Tecelagem, chegaram a um acordo extrajudicial para levantar recursos financeiros e viabilizar o pagamento de parte das dívidas contraídas pela companhia têxtil, atualmente em recuperação judicial.

Segundo a companhia, que completa cem anos em 2026, o acordo marca uma nova fase em sua trajetória. Pelo texto firmado entre os acionistas, os Kuehnrich disponibilizarão imóveis de seu patrimônio para o pagamento de credores da Teka e o Alumni seguirá costurando um novo plano de recuperação judicial para superar a crise da empresa.

“O entendimento entre os acionistas ordinaristas e preferencialistas representa um marco na busca pela estabilidade financeira e pela retomada do protagonismo da Teka no setor têxtil, unindo forças e recursos em prol da preservação da empresa, da manutenção de empregos e do cumprimento de suas obrigações com credores, fornecedores e com a sociedade”, disse a Teka em nota.

A empresa chegou a ter sua falência continuada decretada no início do ano, mas conseguiu, em março, emplacar recurso no TJ-SC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina) que contestava a decisão decretada no mês anterior, voltando à recuperação judicial. A falência continuada é uma modalidade que garante a continuidade das operações até a liquidação do patrimônio e pagamento dos credores.

À época, os advogados do fundo Alumni alegaram que o administrador judicial da Teka não reduziu o passivo tributário da companhia, avaliado em R$ 2,3 bilhões. Pelas contas da defesa, o montante poderia ter sido reduzido para R$ 330 milhões se o administrador judicial tivesse incluído a empresa em programas de parcelamento federal e estadual.

Ao todo, a Teka está em recuperação há 12 anos e acumula R$ 4 bilhões em dívidas, sendo mais de R$ 205 milhões referentes a débitos trabalhistas. São mais de 2.000 empregados produzindo artigos de cama, mesa e banho nas unidades de Blumenau (SC) e Artur Nogueira (SP) -estima-se que 50% da rede hoteleira do país utilize produtos da companhia.

Outro ponto acordado entre os Kuehnrich e o Alumni foi o fim de questionamentos judiciais feitos sobre a assembleia geral ordinária de 2023, quando os acionistas preferencialistas (Alumni) adquiriram direito a voto em razão da ausência do pagamento de dividendos por três anos consecutivos, direito respaldado na Lei das S.A. e no estatuto da companhia.

A família Kuehnrich, que detém ações ordinárias e, consequentemente, direito a voto nas assembleias, reconheceu na Justiça que a assembleia foi conduzida em observância às disposições legais e ao estatuto social da companhia. Dessa forma, os votos dados pelo Alumni na reunião passaram a valer oficialmente.

Com o acerto extrajudicial, os dois lados encerraram a briga e renunciaram a qualquer tipo de disputa na Teka.

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