São Paulo, 8 de setembro de 2025 – A Raízen divulgou um comunicado em resposta a notíciasrecentes divulgadas na mídia, sobre capitalização da companhia. Segundo a nota, a Raízen e seusacionistas controladores têm avaliado “alternativas estratégicas de capitalização, conforme jámencionado no relatório e na teleconferência de resultados do primeiro trimestre do ano-safra2025/2026”. O comunicado ressaltou que, até o momento, não há qualquer decisão, aprovação ouevento vinculante relacionado a eventual capitalização, tampouco definição quanto à sua efetivarealização, forma ou condições.
Na última quinta-feira (4), a Cosan informou que avalia alternativas para aprimorar sua estruturade capital e, em conjunto com a Shell, busca novos investidores para Raizen. Por essa razão, aCosan tem sido ativamente procurada por interessados em potenciais investimentos em ambas ascompanhias. Ainda que mantenha tratativas, até o momento não há qualquer decisão ou compromissoassumido.
O Bank of America (BofA) estima que a Raízen precise reduzir a dívida em aproximadamente R$ 15bilhões por meio da venda de ativos e de um aumento de capital, portanto, a incerteza quanto aotamanho do aumento de capital e à potencial diluição permanece um peso para as ações. O BofAreiterou o seu recente rebaixamento da classificação da ação da Raízen (RAIZ4) para “neutro” ea redução do preço-alvo para R$ 1,25.
Na visão do BofA, a Cosan vem abordando seu balanço alavancado por meio da gestão de passivos eda venda de participação na Vale, por exemplo, e questões operacionais, principalmente na Raízen(mudanças na gestão, venda de ativos). No entanto, com os desafios apontados, as ações dacompanhia acumulam queda de 27% no acumulado do ano. “No entanto, acreditamos que o cenário estáprestes a mudar. Um potencial aumento de capital na Raízen poderia liberar valor, ao mesmo tempo emque traria um novo acionista estratégico para a Cosan, o que poderia eventualmente resultar emacréscimo”, comentam os analistas, em relatório.
O BofA acredita que as ações da Cosan estejam com valor zero para a Raízen, dadas aspreocupações dos investidores com seu balanço patrimonial alavancado e o risco de diluiçãoapós o plano de aumento de capital anunciado pela Raízen. “Nossa análise da soma das partes(SOTP) implica um valor justo do patrimônio líquido de R$ 13,7/ações para a Cosan, com a Raízenrepresentando R$ 3,1/ações. Mesmo se eliminarmos a Raízen, o valor justo do patrimônio líquidoainda ofereceria um potencial de valorização significativo. Realizamos uma análise desensibilidade para a Cosan com base em um aumento de capital na Raízen variando de R$ 10 bilhões aR$ 15 bilhões sem participação da Cosan. Se feita ao preço atual das ações, a diluição paraa Cosan seria de 2%, para R$ 5,6 bilhões (valor justo). Mas mesmo considerando a diluição, se aRaízen fosse precificada como Cosan, isso implicaria um potencial de valorização de até 50%”,conclui.
A Raízen registrou Ebitda ajustado de R$ 1,9 bilhão no segundo trimestre, 23% inferior frente ao2T24, devido a menor contribuição do EAB, impactado pela redução na moagem que impactounegativamente a diluição de custos, além do resultado negativo em distribuição de combustíveisna Argentina pela parada programada para manutenção da refinaria e efeitos no inventário. Oresultado foi parcialmente compensado pelo melhor desempenho de Combustíveis Brasil e pelos ganhosde eficiência da revisão das estruturas organizacionais e gestão de gastos.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)Copyright 2025 – Grupo CMA