São Paulo, 8 de setembro de 2025 – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro LuísRoberto Barroso, disse nesta segunda-feira (8) que os julgamentos realizados pela Corte envolvemprovas, e não disputa política ou ideológica. As informações são da Agência Brasil.
As declarações de Barroso foram divulgadas à imprensa um dia após a realização demanifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, em meio ao julgamento da tramagolpista, acusaram os ministros da Corte de promoverem uma “ditadura de toga e uma tirania.
O presidente disse que vai esperar o fim do julgamento para se pronunciar em nome da Corte sobre ocaso de Bolsonaro, mas garantiu que o trabalho do Supremo não envolve disputa política.
Não gosto de ser comentarista do fato político do dia e estou aguardando o julgamento para mepronunciar em nome do Supremo Tribunal Federal. A hora para fazê-lo é após o exame da acusação,da defesa e apresentação das provas, para se saber quem é inocente e quem é culpado. Processopenal é prova, não disputa política ou ideológica, afirmou.
Barroso também rebateu a tentativa de apoiadores de Bolsonaro de relacionar o julgamento doex-presidente com episódios vividos durante a ditadura militar no Brasil.
Tendo vivido e combatido a ditadura, nela é que não havia devido processo legal público etransparente, acompanhado pela imprensa e pela sociedade em geral. Era um mundo de sombras. Hoje,tudo tem sido feito à luz do dia. O julgamento é um reflexo da realidade. Na vida, não adiantaquerer quebrar o espelho por não gostar da imagem, completou.
Julgamento
O julgamento de Bolsonaro e mais sete aliados é realizado pela Primeira Turma da Corte e começouna semana passada, quando foram ouvidas as sustentações das defesas do ex-presidente e dos demaisacusados, além da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, favorável àcondenação de todos os réus.
A partir desta terça-feira (9), colegiado vai iniciar a votação que pode condenar Bolsonaro e osdemais acusados a mais de 30 anos de prisão.
Quem são os réus
Jair Bolsonaro ex-presidente da República
Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Almir Garnier- ex-comandante da Marinha
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal
Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022
Mauro Cid ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.