Trump vai a restaurante em Washington após intervenção federal e é chamado de Hitler; veja vídeo

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Manifestantes chamaram Donald Trump de “Hitler dos nossos tempos” enquanto o presidente dos Estados Unidos visitava um restaurante em Washington, na noite desta terça-feira (9) depois de ele ter declarado que a capital do país estava segura devido a sua intervenção na cidade.

Trump, que raramente sai da Casa Branca para frequentar as ruas de Washington, esteve no restaurante Joe’s Seafood, Prime Steak & Stone Crab —que fica na esquina do perímetro da residência oficial da Presidência americana.

“D. C. livre, Palestina livre, Trump é o Hitler dos nossos tempos”, gritavam manifestantes, uma frase que rima em inglês, diante do presidente, que estava ao lado de membros do governo, como o vice-presidente J. D. Vance, Marco Rubio (Estado) e Pete Hegseth (Defesa, agora Guerra). Trump parou em frente ao protesto, sorriu, e alguns segundos depois, ordenou aos seguranças que retirassem os manifestantes.

O comboio que levou o presidente ao restaurante demorou cerca de três minutos para percorrer o trajeto de não mais que um quarteirão ao local, que oferece ostras e filés. O republicano costumava jantar no Trump International Hotel durante seu primeiro mandato, hotel que é hoje um Waldorf Astoria, segundo o jornal The Washington Post. No segundo mandato, Trump tem feito refeições na Casa Branca.

“Estamos no meio de D. C., onde, como vocês sabem, ao longo ano passado era um lugar muito inseguro —ao longo dos últimos 20 anos. E agora, praticamente, não tem crime”, afirmou Trump a jornalistas antes de entrar no restaurante.

No início de agosto, o presidente americano anunciou o envio de tropas da Guarda Nacional a Washington e a tomada de controle da polícia local, com o argumento de combate ao crime na capital.

A Lei de Autonomia de 1973 do Distrito de Columbia, onde fica Washington, prevê a possibilidade desse tipo de intervenção federal, mas restrito a 30 dias, período que só pode ser ampliado com aval do Congresso.

Além disso, embora o presidente do país tenha autoridade sobre a Guarda Nacional na capital (algo dividido com governadores no caso dos estados), esse tipo de intervenção costuma partir de diálogo entre o governo local e a Casa Branca, o que não foi o caso.

Washington, governado pela prefeita democrata Muriel Bowser, processou o governo Trump pela intervenção. O procurador-geral do Distrito de Columbia chamou a intervenção federal de “ocupação militar” da cidade.

Os dados sobre crimes violentos usados pelo republicano para embasar a medida são, ainda, defasados. Embora com pico recente em 2023, indicadores de violência na capital estão em queda há 30 anos.

O presidente afirmou ainda nesta terça que anunciará nesta semana uma nova cidade para receber tropas da Guarda Nacional, embora não esteja claro sob qual autoridade ele fará isso.

O precedente aberto por Trump na Califórnia, para onde enviou a Guarda Nacional sob o argumento de auxílio federal a esforços de migração, foi alvo de processo do governo estadual. No início deste mês, um juiz proibiu que Trump enviasse tropas no estado, e o processo em Washington ainda está em andamento.

O que é fato é que os alvos são sempre grandes cidades governadas por democratas, e Chicago parece ser o próximo objetivo de Trump, segundo declarações recentes do presidente.

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