São Paulo, 10 de setembro de 2025 – O dólar comercial fechou em queda de 0,54%, cotado a R$5,4063. A moeda refletiu, ao longo da sessão, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla eminglês), que registrou recuo de 0,1% em agosto ante projeções de +0,3%.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o recuo de 0,11%do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, levemente acima das projeçõesdo Termômetro Safras.
Segundo a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, o IPCA leva a crer que o BancoCentral (BC) só irá começar a Selic (taxa básica de juros) em 2026, resultando em um diferencialainda maior de juros com o iminente corte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano),na próxima semana: “Continuamos vendo pressão na inflação, mas o câmbio pode ser beneficiado”.
Para o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, o movimento de hoje é ligado ao PPI,fazendo com que as Treasuries recuassem e o dólar perdessem força perante outras moedas: “Emboraum corte de 0,25 ponto percentual ainda seja consenso no mercado, aumentou a probabilidade de 0,50”,avalia.
Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “o IPCA confirmou asinalização do IPCA-15, apresentando deflações disseminadas, com o desconto de Itaipú àenergia elétrica e o recuo na gasolina liderando a queda da inflação. No entanto, a abertura foiruim, com piora nas medidas subjacentes de inflação, principalmente de industriais e de serviços,e alta na difusão. Não vejo grandes novidades no IPCA de hoje, sendo um fator de cautela paravisões mais otimistas quanto à dinâmica de inflação neste segundo semestre”.
“No geral, ainda que tenhamos observado forte surpresa no headline, a composição dos núcleossegue benigna e avaliamos preliminarmente que a projeção anual não deve se afastar muito dosatuais 4,7%”, avaliou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
Paulo Holland / Safras News
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