Influenciador trumpista Charlie Kirk morre após ser baleado durante evento em universidade nos EUA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O influenciador trumpista Charlie Kirk, fundador do grupo de mobilização jovem de direita Turning Point USA, morreu nesta quarta-feira (10) após ser baleado durante evento na Utah Valley University, na cidade de Orem, nos Estados Unidos. A morte foi anunciada na rede Truth Social pelo presidente Donald Trump. Kirk chegou a ser levado ao hospital e a passar por cirurgia, mas não resistiu.

“O Grande, e mesmo Lendário, Charlie Kirk, está morto”, escreveu Trump. “Ninguém entendeu ou tinha em mãos o Coração da Juventude dos EUA melhor do que Charlie. Ele era amado e admirado por TODOS, especialmente por mim, e agora ele não está mais conosco.”

Importante aliado de Trump, Kirk, 31, foi alvejado no pescoço e retirado às pressas. Uma porta-voz da universidade, Ellen Treanor, disse que Kirk foi atingido pelos disparos de um homem que estava em um edifício a cerca de 180 metros. O agressor não era estudante, segundo a porta-voz. De acordo com ela, o influenciador estava dando uma palestra havia cerca de 20 minutos quando os disparos foram ouvidos.

Em imagens nas redes sociais, é possível ver Kirk em um palco montado debaixo de uma tenda. Após um barulho de tiro, o influenciador se inclina para o lado e leva a mão ao pescoço, já perdendo muito sangue. Depois, o público começa a correr em desespero.

O FBI informou que investiga as circunstâncias do episódio. “Estamos monitorando os relatos desse trágico ataque a tiros envolvendo Charlie Kirk”, disse o chefe da polícia federal americana, Kash Patel, em post no X. A universidade chegou a dizer que um suspeito havia sido preso, mas depois recuou. A polícia segue em busca do atirador.

O vice-presidente, J. D. Vance, com quem Kirk costumava trocar mensagens, se manifestou nas redes antes de Trump anunciar a morte. “Querido Deus, proteja Charlie na hora mais sombria”, escreveu no X, junto com uma foto em que os dois aparecem acompanhados de Donald Trump Jr.

O episódio também provocou manifestação de repúdio de políticos democratas. A ex-vice-presidente Kamala Harris, derrotada por Trump no ano passado, disse nas redes sociais: “Condeno este ato, e todos precisamos trabalhar juntos para que isso não leve a mais violência.” O governador da Califórnia, Gavin Newsom, nome forte do Partido Democrata e visto como possível presidenciável, descreveu o atentado como “perturbador, vil e repreensível”.

A Turning Point USA, organização que Kirk fundou quando tinha 18 anos, teve papel crucial na mobilização de eleitores jovens para Trump no pleito do ano passado e no de 2016, quando o bilionário conquistou seu primeiro mandato. Seus eventos em campi de várias regiões dos EUA costumam reunir uma grande quantidade de estudantes identificados com a direita.

Depois de vencer Kamala, durante um comício em dezembro passado, Trump agradeceu a Kirk pelo seu trabalho de motivar os jovens a votar nele. “Você tem os exércitos da base do Turning Point. Não é minha vitória, é sua vitória”, afirmou.

Kirk tinha 5,2 milhões de seguidores no X e apresentava um podcast e programa de rádio, “The Charlie Kirk Show”. Ele também coapresentou recentemente o “Fox & Friends”, na Fox News, um dos programas mais importantes e populares da emissora conservadora. Em suas falas, ele frequentemente atacava a mídia tradicional e abordava temas como raça, gênero e imigração, quase sempre de forma provocativa e, de acordo com seus críticos, racista e machista.

O influenciador já disse, por exemplo, que o conceito de privilégio branco “é uma ideia racista”, e afirmou concordar com a teoria da conspiração da grande substituição, segundo a qual elites apoiariam a imigração para os EUA e Europa como forma de eliminar a população branca. “A grande substituição não é uma teoria, é a realidade”, escreveu em 2024. Também já disse que anticoncepcionais transformam as mulheres em pessoas raivosas e amargas, “como quer o Partido Democrata”.

O ataque ao influenciador se soma a vários episódios de violência política nos últimos anos nos Estados Unidos. Segundo a agência Reuters, já são mais de 300 casos, envolvendo vítimas ou não, desde que apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

Entre os recentes, o mais marcante foi em julho de 2024, quando Donald Trump foi atingido de raspão por uma bala durante um evento de campanha na Pensilvânia. Uma segunda tentativa de assassinato dois meses depois foi frustrada por agentes federais.

Em abril deste ano, um incendiário invadiu a residência do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e ateou fogo enquanto a família estava dentro. Ninguém se feriu.

Em junho, um atirador se passando por policial em Minnesota assassinou a deputada estadual Melissa Hortman e seu marido –ambos morreram. O agressor também atirou no senador estadual John Hoffman e sua esposa.

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