BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal apreendeu, na manhã desta sexta-feira (12), uma réplica de carro de corrida pilotado por Ayrton Senna, além de uma Ferrari, quadros de artistas renomados, esculturas, relógios de luxo e quantias em dinheiro.
Os veículos, relógios e dinheiro em espécie foram apreendidos em Brasília no endereço de Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians. Os dois foram alvos de busca e apreensão.
No endereço de Nelson Wilians, a Polícia Federal apreendeu quadros e esculturas. Entre as obras, estava um quadro de Di Cavalcanti, datado de 1971. Considerado um dos principais expoentes do modernismo brasileiro, o artista teve sua produção marcada pela representação da cultura popular e da vida urbana.
No total, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão contra Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, e Maurício Camisotti, apontado como sócio oculto de uma das entidades que recebiam valores a partir dos descontos ilegais.
A prisão ocorre menos de um dia após a CPMI do INSS no Congresso aprovar a quebra de sigilo das contas bancárias de Antônio Carlos, além do sigilo telefônico. Ele é considerado um dos principais articuladores da fraude do INSS, que, segundo a PF, movimentou R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024.
Segundo investigadores da Polícia Federal, os alvos desta fase da operação são suspeitos de atuação como operadores financeiros do esquema de desvios de benefícios do INSS.
Além dos dois mandados de prisão preventiva, foram cumpridos 13 de busca e apreensão, em São Paulo e no Distrito Federal.
A operação desta sexta-feira, batizada de Cambota, é desdobramento da operação Sem Desconto, realizada desde abril.
A defesa do empresário Maurício Camisotti afirmou nesta sexta que não há qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS.
O advogado Nelson Wilians disse, em relação ao mandado de busca e apreensão, que “tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência”.
A reportagem entrou em contato com a defesa do Careca do INSS por telefone, mas não houve resposta até a publicação desse texto. Já com Fernando Cavalcanti houve contato por email com a empresa Valestrá, na qual ele aparece como sócio fundador, mas também não houve retorno.