SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nesta quarta (17), a rede de TV americana ABC afirmou que o programa de entrevistas “Jimmy Kimmel Live!” será retirado do ar por tempo indeterminado. O cancelamento do talk show gerou manifestações de celebridades americanas, que se pronunciaram nas redes sociais.
O ator Ben Stiller postou no X: “Isso não está certo”, em referência à interrupção do programa. A atriz Alison Brie postou em seu Instagram: “Isso é irreal, e muito assustador.”
O cantor John Legend também usou a rede social para se manifestar. Ele postou uma declaração do jornalista David Frum: “Vocês ousam nos chamar de fascistas só porque nossos mandatários ameaçam retaliar canais de TV se seus comediantes não falam aquilo que eles querem escutar?”
A atriz Wanda Sykes era uma das convidadas do programa quando ele foi cancelado. No Instagram, ela afirmou: “Trump não acabou com a guerra na Ucrânia nem resolveu a questão em Gaza na sua primeira semana como presidente, mas ele acabou com a liberdade de expressão no seu primeiro ano como presidente. Para quem reza, está na hora de rezar.”
Jean Smart, atualmente no ar com a série “Hacks”, também se manifestou. “Estou horrorizada com o cancelamento do Jimmy Kimmel Live, o que Jimmy disse foi liberdade de expressão, e não discurso de ódio”, ela afirmou. “As pessoas parecem querer proteger a liberdade de expressão apenas quando convém à sua agenda.”
O humorista Mike Birbiglia escreveu em seu perfil no Instagram: “Passei muito tempo no âmbito público e privado defendendo comediantes com quem não concordo. Se você é comediante, e não critica a insanidade que é tirar o Kimmel do ar, nem se incomode mais em falar sobre liberdade de expressão.”
A comediante Kathy Griffin apontou questões econômicas ao apoiar Kimmel em seu perfil no Threads: “Por favor, me escutem, é muito importante apoiar o Jimmy Kimmel agora. Use sua voz. Seja um consumidor com ideologia. Dinheiro é tudo o que importa a eles.
O ator Marc Maron postou um vídeo no Instagram em favor do apresentador. “Isso é censura governamental, isso é o governo Trump perseguindo pessoas que falam contra ele, isso é o fim”, afirmou ele. “É hora de agir. Se organizem, falem, sejam pacíficos, sejam urgentes.”
Após o sindicato dos roteiristas, o SAG, que representa os atores americanos, publicou a seguinte nota. “Nossa sociedade depende da liberdade de expressão. A supressão da liberdade de expressão e retaliação por falar sobre questões significativas de interesse público vão contra os direitos fundamentais nos quais todos confiamos.”
O cancelamento do programa de Jimmy Kimmel, um dos talk shows com maior audiência e história dos Estados Unidos, vem sob pressão do governo Trump após declarações do apresentador a respeito do assassinato do ativista de direita Charlie Kirk, morto no dia 10 de setembro.
Kimmel afirmou no monólogo que abriu o episódio desta segunda (15): “A gangue do MAGA [Make America Great Again] está tentando desesperadamente enquadrar esse jovem que matou Charlie Kirk como alguém diferente deles, e estão fazendo de tudo para conseguir uns pontos políticos disso.”