Trump faz piada com vídeo de suposto treinamento militar de mulheres na Venezuela

Uma image de notas de 20 reais

Imagem gerada por IA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Donald Trump publicou um vídeo nesta segunda-feira (22) em que zomba de mulheres em um suposto treinamento militar da Venezuela. O presidente dos Estados Unidos, em meio a uma onda de tensão crescente com o regime de Nicolás Maduro, descreveu a ação, em tom irônico, como “uma séria ameaça”.

“ULTRASSECRETO: Pegamos a milícia venezuelana em treinamento”, escreveu Trump na Truth Social. O ditador venezuelano anunciou, na última semana, que militares vão até comunidades do país para treinar civis no uso de armas. A medida ocorre no contexto de atrito com os EUA, que enviaram navios de guerra à região do Caribe sob a justificativa de combater o narcotráfico.

Segundo o anúncio de Maduro, unidades da Força Armada Nacional Bolivariana começariam a deixar os quartéis no sábado (20) para se instalar em bairros e cidades com o objetivo de instruir voluntários.

“A Força Armada Bolivariana vai até o povo, vai às comunidades para revisar, para ensinar a todos os que se alistaram, homens e mulheres, no manuseio do sistema de armas”, disse o ditador em um evento transmitido pelo canal estatal VTV. Segundo ele, será a primeira vez que essa estrutura militar se deslocará diretamente à população.

O movimento marca a ação mais ostensiva ordenada por Maduro desde que Washington decidiu reforçar sua presença militar no Caribe. Em menos de três semanas, os EUA disseram ter destruído três barcos que, segundo o governo de Donald Trump, transportavam drogas, deixando ao menos 14 mortos.

A Casa Branca acusa o regime venezuelano de manter vínculos com o narcotráfico. No fim de agosto, chegou a oferecer uma recompensa de US$ 50 milhões (cerca de R$ 273 milhões) pela captura de Maduro, que não é reconhecido como líder legítimo por Washington nem pelas principais democracias das Américas e da União Europeia.

Os líderes da oposição venezuelana Edmundo González Urrutia e María Corina Machado anunciaram, nesta segunda, o seu apoio ao destacamento militar americano no Caribe que Maduro considerou uma afronta. O regime da Venezuela denuncia tal ação como um “agressão” e uma “ameaça militar”. O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, declarou, por sua vez, que há uma “guerra não declarada”.

“O cerco antinarcóticos do mar do Caribe liderado pelos Estados Unidos (…) constitui uma medida necessária para o desmantelamento da estrutura criminosa que ainda se ergue como único obstáculo para o restabelecimento da soberania popular na Venezuela”, afirmou em um vídeo divulgado nas redes sociais o ex-candidato presidencial Edmundo González, que denunciou fraude após a reeleição de Maduro em 2024.

“Ao povo da Venezuela (…) não resta outra opção a não ser forçar a saída de tal regime e restabelecer o mandato popular e soberano”, defendeu em um vídeo que também tem a participação de María Corina, dirigido aos líderes mundiais reunidos em Nova York para a Assembleia Geral da ONU.

González está exilado na Espanha há um ano, após uma ordem de prisão contra ele.

“Falta muito pouco para que nós, venezuelanos, recuperemos nossa soberania e a democracia. Estamos prontos para assumir as rédeas do novo governo”, acrescentou Corina, que está na clandestinidade após ser acusada de liderar conspirações contra Maduro.

Na sexta-feira, Henrique Capriles, que concorreu à eleição presidencial duas vezes, declarou à imprensa que não apoia uma eventual intervenção militar americana.

MAIS LIDAS

Voltar ao topo