Raro nas ruas, Honda X-ADV é mistura de scooter com moto estradeira

Uma image de notas de 20 reais

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CHAPADA DOS VEADEIROS, GO (FOLHAPRESS) – Único em seu segmento desde 2017 no Brasil, o Honda X-ADV é um scooter de grande porte raro nas ruas. Foram apenas 279 unidades vendidas em 2024, um número modesto perto do 1,28 milhão de motocicletas da marca japonesa emplacadas no mesmo ano.

Um dos motivos é o preço: R$ 93,5 mil. Quem se dispõe a pagar esse valor descobre uma combinação interessante de potência, conforto e tecnologia que agrada em longas viagens.

Para colocar a X-ADV à prova, foi feita uma viagem de 2.500 quilômetros (ida e volta) saindo de Vinhedo, no interior de São Paulo, rumo à Chapada dos Veadeiros, em Goiás. A rota incluiu parada no festival Capital Moto Week, em Brasília.

Para os acostumados a motos com câmbios manuais, a caixa automática de dupla embreagem da Honda exige um período de adaptação, especialmente para dosar os 58 cv de potência no trânsito urbano.

A facilidade com que o X-ADV retoma a velocidade no modo manual de trocas (por meio de teclas instaladas no punho esquerdo) ajuda nas ultrapassagens.

O conjunto de botões de seta e buzina, somados ao “joystick” do punho esquerdo, ficam em uma posição diferente da usual. É comum o piloto buzinar por engano enquanto se acostuma.

A largura do scooter pode dificultar manobras em espaços apertados. O assento oferece suporte lombar, mas, dependendo da altura do condutor, os braços podem ficar esticados demais para alcançar o guidão.

O grande diferencial, principalmente no primeiro dia de viagem até Cristalina (GO), com 880 km percorridos, foi a versatilidade na posição das pernas, que podiam ficar em três posições diferentes. As pedaleiras off-road, apesar de opcionais, foram essenciais para uma pilotagem mais segura em curvas e no fora da estrada.

Ao dar partida no motor, o câmbio sempre inicia na posição “neutro”. Com isso, o scooter pode se mover em terrenos inclinados. Com o freio de estacionamento localizado no guidão próximo do punho direito, é possível frear a moto. O recurso auxilia também nas paradas rápidas, como em pedágios.

A tela de instrumentos tem cinco polegadas e usa tecnologia TFT (sigla em inglês para transistor de película fina), que dá maior contraste em ambientes iluminados. Não é sensível ao toque, mas tem conexão via bluetooth.

Há vários modos de pilotagem, como Rain (chuva), Gravel (superfície escorregadia) e Sport. Os pneus de uso misto e os freios a disco garantiram excelente performance tanto no asfalto como nas estradas de terra.

O para-brisa vem com cinco posições de regulagem, protegendo o piloto de insetos e objetos projetados por outros veículos. Também contribuiu para manter a jaqueta levemente aberta e arejar o corpo em dias quentes.

Embaixo do banco há espaço suficiente para um capacete fechado. Sem o equipamento, os 22 litros disponíveis foram usados para acomodar uma capa de chuva, um par de tênis e uma pequena bolsa de ferramentas.

Após aberto, o assento se mantém erguido por um amortecedor. Há uma lâmpada de LED ali, útil em ambientes escuros. Outro recurso disponível é a entrada USB-C para carregamento de dispositivos eletrônicos.

Quem nunca esqueceu a seta ligada nunca andou de moto. Mas no scooter de luxo, após acionar o botão, as setas piscam e desligam automaticamente após 7 s ou 150 m percorridos.

A X-ADV acompanha facilmente outras motos de alta cilindrada na estrada. Entretanto, e apesar de todas as qualidades, a autonomia é um ponto fraco.

O piloto pode ficar apreensivo em trechos com poucos postos de gasolina, como nos 85 quilômetros da BR-050 entre as cidades goianas de Domiciano Ribeiro e Campo Alegre de Goiás.

Apesar das ótimas médias de consumo -com números entre 23 km/l e 25 km/l-, o tanque pequeno (13,2 litros) limitou a distância, e a falta de um medidor de autonomia da reserva exigiu que o piloto usasse outras informações no painel para acelerar com leveza até o próximo posto.

Nas viagens em grupo, o número de abastecimentos precisa ser calculado pelo tanque menor. Uma Suzuki V-Strom 650 ano 2011 que fez o mesmo percurso não teve grandes problemas com seu tanque de 20 litros.

Disponível em duas cores (prata ou cinza), o scooter X-ADV tem três anos de garantia sem limite de quilometragem, além do Honda Assistance 24 horas, um serviço gratuito válido por todo o período da cobertura.

HONDA X-ADV

– Preço R$ 93,5 mil

– Motor 745 cm³, gasolina

– Arrefecimento líquido

– Potência 54,8 cv a 6.250 rpm

– Torque 6,93 kgfm a 4.750 rpm

– Transmissão câmbio automático de dupla embreagem, seis marchas

– Suspensão dianteira garfo telescópico / 153 mm

– Suspensão traseira Pro-Link / 150 mm

– Peso 227 kg

– Comprimento 2,22 m

– Largura 0,94 m

– Altura do assento 0,82 m

– Distância entre os eixos 1,59 m

– Pneu Dianteiro 120/70R 17M/C

– Pneu Traseiro 160/60R 15M/C

– Capacidade do tanque 13,2 litros

_Dados sobre preço, potência, dimensões e capacidades são de responsabilidade da montadora_

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