É preciso 'consertar' o Brasil, diz secretário de Comércio de Trump

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse que é preciso “consertar” o Brasil e “um monte de países” que prejudicam comercialmente os Estados Unidos. A declaração foi dada em entrevista à emissora News Nation, neste sábado (27).

Lutnick citou Brasil, Suíça e Índia, entre os países “para consertar”. “Esses são países que precisam reagir corretamente aos Estados Unidos. Abrir seus mercados, parar de tomar ações que prejudiquem os Estados Unidos, e é por isso que estamos em desvantagem com eles”, afirmou.

De acordo com o secretário, as tarifas aplicadas por Donald Trump serão mantidas até que esses países abram seus mercados e com isso entendam que, “se querem vender para os consumidores americanos, é preciso ‘jogar bola’ com o presidente dos Estados Unidos.”

“Um país pequeno como a Suíça tem um déficit comercial de US$ 40 bilhões [R$ 213,7 bilhões] com os EUA. Eles dizem: ‘Bem, é um pequeno país rico’. Sabe por que eles são um pequeno país rico? Porque nos vendem US$ 40 bilhões a mais em produtos”, disse Lutnick.

Como já foi constatado desde antes do início do tarifaço, os Estados Unidos têm superávit na relação comercial com o Brasil. A diferença entre o que os americanos venderam e o que compraram em bens e serviços do Brasil em 2024 somou US$ 28,6 bilhões (R$ 152,8 bilhões). Este foi o saldo positivo para a nação comandada por Trump.

Incluído em agosto no tarifaço de 50% aplicado pelos EUA a produtos de diversos países, o Brasil foi a única nação citada pelo secretário que não integra a nova rodada de tarifas anunciada por Donald Trump. A partir de 1º de outubro, penalizações que variam de 25% a 100% vão atingir setores como medicamentos, caminhões pesados, móveis e utensílios domésticos, afetando Irlanda, Suíça, Austrália, Coreia do Sul, Reino Unido, Índia, México, Alemanha, China, Japão, entre outros países.

A proposta do tarifaço pretende proteger a indústria americana dos produtos importados. É em razão dessa política, no entanto, que o dólar vem perdendo valor em todo o mundo e é esperado um aumento da inflação no território americano.

Em breve encontro na semana passada, durante a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, Donald Trump encontrou rapidamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que entre eles ocorreu “uma química excelente”. Os mandatários dos dois países devem se reunir presencialmente nos próximos dias.

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