SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse não ter uma conversa agendada com os Estados Unidos para debater as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump a importações brasileiras, mas considera uma reunião entre o seu gabinete e o seu correspondente americano, Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA.
“Tenho uma ida para os EUA por causa do G20. Na pior das hipóteses, acredito que iremos nos falar lá. Mas, quem sabe antes disso, os dois gabinetes marquem antes disso uma reunião, que é possível também”, disse Haddad, nesta segunda-feira (29) em evento do Itaú BBA.
O encontro entre os ministros de finanças dos G20 está previsto para os dias 15 e 16 de outubro, em Washington, junto ao encontro anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.
Questionado sobre a sua presença na possível teleconferência entre Trump e Lula para discutir as sanções americanas, Haddad disse depender da vontade do presidente, mas que ele poderia estar.
Em agosto, Haddad chegou a ter uma reunião marcada com Bessent, mas ela foi cancelada sem maiores explicações.
No mesmo dia, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) teve um encontro com o secretário do Tesouro.
Questionado sobre sua permanência no cargo em uma eventual reeleição do presidente Lula, Haddad diz ainda não ter decidido o seu futuro.
“Estou vendo como é que nós vamos caminhar, vamos conversar com as pessoas. Eu vou conversar com o presidente Lula sobre isso. Ele é o candidato, ele que vai compor o seu gabinete. Vamos aguardar”, disse o ministro.
Haddad é cotado para se candidatar ao Senado Federal ou ao governo de São Paulo nas eleições de 2026.
“Neste momento, eu não tenho intenção de ser candidato ano que vem, mas eu vou ter um tempo para planejar minha vida futura e conversar com os meus amigos, meus companheiros. Mas eu não tenho essa decisão”, afirmou o petista.
“Ao contrário do que dizem, que eu ocupo o pior emprego do mundo, eu acho um dos melhores. É um negócio incrível. A Fazenda é um lugar muito incrível. É bom ser ministro da fazenda. É um lugar legal, que dá para trabalhar, para fazer muita coisa, para ajudar o país. Assim como na educação, assim como na prefeitura. O serviço público é um lugar muito apaixonante. Dá para fazer muita coisa por bem da nossa comunidade”, completou Haddad.
Sobre as pautas da pasta, o ministro se mostrou confiante com a aprovação da reforma do Imposto de Renda, que amplia a isenção para quem ganha até R$ 5 mil. Segundo ele, é possível que o Congresso coloque o projeto em pauta esta semana.
