SÃO PAULO, SP (FOLHAPESS) – Os 13 brasileiros que participaram da flotilha Global Sumud e que ainda estão detidos por Israel devem ser libertados nesta terça-feira (7) e deixar o país com destino à Jordânia, informou o grupo na noite desta segunda (6).
De acordo com a Global Sumud, a decisão foi comunicada após representantes da Embaixada do Brasil em Tel Aviv visitarem os detidos na prisão de Ktzi’ot, no deserto do Neguev, onde o grupo estava sob custódia israelense. O grupo foi capturada em águas internacionais, segundo nota divulgada pelos organizadores, durante uma missão que tentava entregar ajuda humanitária à população de Gaza.
Além dos brasileiros, ativistas de outros países, como Argentina, Colômbia, África do Sul e Nova Zelândia, também deverão ser libertados nesta terça. O grupo deve chegar por volta do meio-dia no horário local (6h em Brasília) à Jordânia, onde deverá ser recebido por diplomatas da Embaixada do Brasil em Amã. Os ativistas, então, passarão por avaliação médica e receberão assistência consular.
Ainda não há detalhes sobre o retorno dos brasileiros ao país. O único integrante da delegação que já deixou Israel é Nicolás Calabrese, que nasceu na Argentina e tem cidadania italiana. Ao desembarcar na noite desta segunda no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, disse que as forças israelenses agiram como terroristas.
Segundo nota divulgada pelo grupo, durante o deslocamento dos brasileiros da prisão até a fronteira com a Jordânia, não haverá possibilidade de contato direto ou comunicação com os ativistas. No entanto, diplomatas brasileiros estarão presentes no ponto de travessia para acompanhar o procedimento e prestar auxílio em caso de necessidade.
A libertação deverá ocorrer no mesmo dia em que a guerra em Gaza completa dois anos. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos e gerou uma crise humanitária sem precedentes. Em nota, os organizadores da missão afirmaram que a ação marítima tinha como objetivo denunciar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza desde 2007 -e que, segundo eles, transformou-se desde março deste ano em um cerco total, impedindo a entrada de alimentos e medicamentos.
O texto divulgado pelos ativistas classifica a fome e o bloqueio em Gaza como instrumentos de controle e acusa Israel de praticar genocídio e limpeza étnica contra os palestinos.
Para o grupo, a libertação dos brasileiros tem valor simbólico. “A liberdade dos nossos integrantes no dia 7 de outubro carrega um símbolo de resistência, mas também nos lembra que não há liberdade verdadeira enquanto o cerco persistir”, diz a nota. “É urgente que a comunidade internacional atue de forma concreta para pôr fim à ocupação e garantir a liberdade do povo palestino.”