[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
Produzido pelo Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getulio Vargas (FGVcev), o mais recente Indicador de Tendência de Consumo e Varejo (ITCV) traz um mapa difícil para o segmento varejista. “Mas que também mostra que o pior pode ter passado”, afirmou o autor e editor do relatório, o economista Ricardo Meirelles de Faria. Ele admite que é difícil falar ao empresário que ‘talvez o pior já tenha passado’ com Selic no patamar de 15% até o fim de 2025 e o custo médio de crédito da pessoa jurídica em “patamares estratosféricos” (20,35% em agosto, na média móvel de 12 meses, segundo o BC). Mas, segundo Meirelles, o provável início do afrouxamento monetário, no começo de 2026, junto de um real mais apreciado em comparação a 2024 e 2025, “ajudam na convergência das expectativas inflacionárias.”
A edição de setembro do ITCV tenta jogar luz ao paradoxo de que um ano como o de 2025 – de juro alto, que encarece o crédito e aperta o endividamento, mais inflação fora da meta – ainda assim possa embutir um começo otimista para 2026. Meirelles, que é colunista da Agência DC NEWS, cita nesse sentido o começo da aplicação da Reforma Tributária. Embora a transição completa deva levar uma década, “a eliminação de nosso atual manicômio tributário reduzirá custos operacionais das empresas, a inadimplência e irá aumentar a competitividade externa”. Será, segundo ele, uma reforma estrutural que terá impactos positivos para a economia brasileira.
Meirelles define o conjunto de dados macroeconômicos como montanha-russa. “Ora positivos, ora ainda bastante desafiadores.” No primeiro campo, ele cita os indicadores do mercado de trabalho, que continuam recordes de baixa. A taxa de desocupação do trimestre encerrado em julho foi de 5,8%. No front fiscal, cita outro paradoxo. Desde que o setor público se tornou credor líquido em dólar, os ativos em moeda estrangeira, as reservas internacionais, suplantam o endividamento público externo. “E faz com que toda vez que haja uma valorização do real, a dívida líquida do setor público suba.” A seguir, as projeções do relatório, que tem apoio da MDS/FFC Serviços Financeiros.
Varejo Restrito
2021: +1,4%
2022: +1,0%
2023: +1,7%
2024: +4,1%
Projeção 2025: +1,2%
Projeção 2026: +0,7%
Varejo Ampliado (inclui Construção, Veículos, Partes & Peças)
2021: +4,5%
2022: -0,6%
2023: +2,3%
2024: +3,7%
Projeção 2025: -0,6%
Projeção 2026: 0,1%
Artigos Farmacêuticos & afins
2021: +9,8%
2022: +6,3%
2023: +4,6%
2024: +7,4%
Projeção 2025: +3,5%
Projeção 2026: +4,9%
Combustíveis & Lubrificantes
2021: +0,3%
2022: +16,6%
2023: +3,9%
2024: -1,6%
Projeção 2025: 0,6%
Projeção 2026: -1,6%
Equipamentos & Materiais de Escritório, Informática e Comunicação
2021: -2,0%
2022: +1,7%
2023: +2,0%
2024: +0,7%
Projeção 2025: -1,5%
Projeção 2026: -0,6%
Hiper/Supermercados, Alimentos, Bebidas e Fumo
2021: -2,6%
2022: +1,4%
2023: +3,7%
2024: +4,6%
Projeção 2025: +1,1%
Projeção 2026: +1,5%
Só Hiper/Supermercados
2021: -2,4%
2022: +1,5%
2023: +4,0%
2024: +5,2%
Projeção 2025: +1,6%
Projeção 2026: +1,8%
Livros, Jornais, Revistas e Papelaria
2021: -16,8%
2022: +14,8%
2023: -4,6%
2024: -7,7%
Projeção 2025: -4,5%
Projeção 2026: -8,1%
Móveis & Eletrodomésticos
2021: -7,0%
2022: -6,7%
2023: +2,1%
2024: +4,1%
Projeção 2025: +2,8%
Projeção 2026: -1,4%
Tecidos, Vestuário & Calçados
2021: +13,7%
2022: -0,5%
2023: -4,6%
2024: +2,9%
Projeção 2025: +0,5%
Projeção 2026: -4,0%
Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico
2021: +12,7%
2022: -8,4%
2023: -10,8%
2024: +7,1%
Projeção 2025: -0,2%
Projeção 2026: -0,2%
Autos, Motos, Partes & Peças
2021: +14,9%
2022: -1,7%
2023: +8,4%
2024: +11,6%
Projeção 2025: -3,6%
Projeção 2026: -0,6%
Material de Construção
2021: +4,4%
2022: -8,7%
2023: -1,8%
2024: +4,8%
Projeção 2025: +0,6%
Projeção 2026: -1,4%
PIB
2021: +4,8%
2022: +3,0%
2023: +3,2%
2024: +3,4%
Projeção 2025: +2,3%
Projeção 2026: +2,3%
Consumo das Famílias
2021: +3,0%
2022: +4,1%
2023: +3,2%
2024: +4,8%
Projeção 2025: +2,5%
Projeção 2026: +2,9%
Gastos do Governo
2021: +4,2%
2022: +2,1%
2023: +3,8%
2024: +1,9%
Projeção 2025: +1,0%
Projeção 2026: +1,3%
Comércio
2021: +4,5%
2022: +0,9%
2023: +0,8%
2024: +3,8%
Projeção 2025: +1,3%
Projeção 2026: +1,5%
Serviços
2021: +4,8%
2022: +4,3%
2023: +2,8%
2024: +3,7%
Projeção 2025: +2,0%
Projeção 2026: +2,5%
Desemprego
2021: 11,1%
2022: 7,9%
2023: 7,4%
2024: 6,2%
Projeção 2025: 5,1%
Projeção 2026: 5,1%
Renda (variação anual)
2021: -2,0%
2022: +12,7%
2023: +4,9%
2024: +7,3%
Projeção 2025: +6,0%
Projeção 2026: +3,9%
Crédito (Pessoa Física, deflacionado)
2021: base 100
2022: +11,2%
2023: +5,6%
2024: +7,4%
Projeção 2025: +5,5%
Projeção 2026: +6,4%
Endividamento (% da Renda Bruta das Famílias)
2021: 49,4%
2022: 49,0%
2023: 47,7%
2024: 48,4%
Projeção 2025: 48,4%
Projeção 2026: 48,0%
Inadimplência
2021: 3,0%
2022: 3,9%
2023: 3,7%
2024: 3,5%
Projeção 2025: 4,4%
Projeção 2026: 3,7%
Indicador de Tendência de Consumo e Varejo (ITCV)
(Previsão de crescimento para o varejo em 2025)
ITCV (projeção 2026, relatório 5, set2025): +2,08%
ITCV (projeção 2025, relatório 5, set2025): +0,90%
ITCV (projeção 2025, relatório 4, jun2025): +1,10%
ITCV (projeção 2025, relatório 3, abr2025): +3,03%