SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo da Suécia assinou um protocolo de intenções com o da Ucrânia para a compra de uma frota de caças Gripen E pelo país em guerra. Serão negociados de 100 a 150 unidades do avião, o mesmo que hoje é operado pelo Brasil e cujo primeiro modelo foi entregue nesta semana a Estocolmo.
O anúncio foi feito em Linköping, a sede da fabricante Saab, com a presença do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.
Se realizada, será a maior exportação de aviões militares suecos da história: os modelos anteriores do Gripen, gerações A/B e C/D, são operados por seis países, enquanto a E/F foi comprada pelo Brasil, Colômbia e Tailândia.
A Força Aérea Brasileira comprou 36 aviões, 15 dos quais serão feitos na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP). Tailandeses e colombianos deverão operar frotas menores, e a Suécia encomendou 60 modelos E, de um lugar.
Até aqui, Estocolmo havia evitado o envio de modelos C/D, dos quais dispõe de 96 unidades, para a Ucrânia. A alegação seria o risco de desguarnecer sua defesa no momento em que acaba de entrar na Otan, a aliança militar ocidental que rivaliza com a Rússia.
Pesou também o fato de que os ucranianos, além de voar caças soviéticos MiG-29 e Su-27, receberam doações de americanos F-16 que estavam em forças europeias e Mirage-2000 franceses. Introduzir um vetor a mais em meio à guerra só complicaria a questão de treinamento e manutenção.
Por isso, apesar de não haver detalhes, valores ou cronograma divulgados, é presumível que se o acordo com a Suécia for em frente o Gripen será o caça padrão de Kiev no futuro com ou sem guerra, dado que a entrega de aviões novos é um processo lento, de anos.
Um ponto incerto é acerca do impacto desse negócio para a FAB, que por questões orçamentárias viu seu programa de entrega do caça atrasar por vários anos.