Coreia do Norte dispara mísseis balísticos e deixa Coreia do Sul em alerta

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Coreia do Norte lançou nesta quarta-feira (22) o que aparentam ser múltiplos mísseis balísticos de curto alcance, informou o Exército sul-coreano. Os disparos, os primeiros do tipo desde maio, ocorreram a apenas uma semana da reunião de líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês), que será sediada na Coreia do Sul.

Os lançamentos também marcam o primeiro teste militar da Coreia do Norte desde a posse em junho do atual presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, eleito com plataforma de diálogo e engajamento com o regime de Kim Jong-un.

Segundo a Coreia do Sul, os projéteis foram disparados de uma área próxima a Pyongyang, a capital da Coreia do Norte, e voaram cerca de 350 km antes de caírem em uma região norte-coreana desabitada.

O governo japonês afirmou que os mísseis não representaram ameaça direta à segurança do país. A nova primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, disse que Tóquio está compartilhando informações em tempo real com os Estados Unidos.

O episódio ocorre ainda num contexto de intensa agenda diplomática. O presidente Lee deverá se reunir na próxima semana com seu homólogo dos EUA, Donald Trump, durante o encontro da Apec. Também está previsto um encontro entre o americano e o líder chinês, Xi Jinping.

Washington e Seul discutem a possibilidade de um novo contato entre Trump e Kim Jong-un, embora Pyongyang ainda não tenha respondido à proposta.

Autoridades americanas chegaram a considerar uma visita de Trump à zona desmilitarizada (DMZ, na sigla em inglês) que separa as duas Coreias, mas o plano não foi confirmado. As visitas turísticas ao vilarejo de Panmunjom, dentro do local, estão suspensas até o início de novembro, e Seul não anunciou qualquer preparação para um encontro direto com o líder norte-coreano.

Trump e Kim se encontraram três vezes durante o primeiro mandato do americano na Presidência, em esforço diplomático inédito que acabou fracassando devido às exigências dos EUA para que Pyongyang abrisse mão de seu arsenal nuclear.

Mesmo após o impasse, ambos trocaram mensagens amistosas. Em setembro, Kim afirmou ter “boas lembranças” de Trump e disse não ver motivo para evitar novas conversas desde que Washington deixasse de insistir na desnuclearização da Coreia do Norte.

A Coreia do Norte, que possui armas nucleares, tem ampliado suas capacidades militares na última década, em desafio direto a sanções do Conselho de Segurança da ONU. Nos últimos anos, Pyongyang fez testes com mísseis de longo alcance capazes de atingir o território continental dos EUA.

O último lançamento balístico do país havia ocorrido em 8 de maio, quando mísseis de curto alcance foram disparados da costa leste. No início deste mês, o regime exibiu seu mais recente míssil intercontinental em um desfile militar assistido pelo primeiro-ministro chinês.

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