Plano quinquenal traz foco no fortalecimento da indústria e autossuficiência em tecnologia

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São Paulo, 23 de outubro de 2025 – O Partido Comunista da China anunciou um novo planoquinquenal com foco no fortalecimento da indústria e na autossuficiência tecnológica, em meio aoaumento das tensões com os Estados Unidos. Durante uma reunião a portas fechadas em Pequim, aliderança do partido prometeu construir um “sistema industrial moderno” baseado em manufaturaavançada e acelerar a independência científica e tecnológica do país. Além disso, reafirmoucompromissos com a expansão da demanda interna e a melhoria das condições de vida, embora semdetalhar medidas específicas.

O encontro, que também resultou na substituição de 11 membros do comitê central – a maiorrenovação desde 2017 -, reflete o esforço de reorganizar prioridades em meio à desaceleraçãoeconômica e a uma ampla campanha anticorrupção no exército. Analistas apontam que a dependênciaexcessiva das exportações, agravada pelas tensões comerciais com Washington, deve levar Pequim abuscar um equilíbrio maior entre estímulo à produção e incentivo ao consumo doméstico, aindaque de forma gradual.

O comunicado oficial ressaltou que a prioridade continua sendo o lado da oferta, cominvestimentos concentrados em indústria e tecnologia. O governo prometeu melhorar o bem-estarsocial e o sistema de seguridade, mas sem definir como financiará essas iniciativas. Especialistasacreditam que a China pode elevar benefícios médicos e pensões nas áreas rurais, mas reconhecemfalta de clareza sobre o alcance e o financiamento das reformas. Essa indefinição aumenta asdúvidas de investidores quanto à capacidade de reequilibrar a economia e reduzir a dependência doinvestimento estatal.

Apesar dos riscos de excesso de capacidade e pressões deflacionárias, o domínio chinês emsetores estratégicos – como minerais raros, energia renovável e semicondutores – fortalece aposição de Pequim frente aos EUA. A China é hoje líder em painéis solares, turbinas eólicas eveículos elétricos, além de investir fortemente em inteligência artificial, biotecnologia erobótica. Essas “novas forças produtivas”, como definidas pelo governo, são vistas como a base dapróxima fase de crescimento do país e uma arma crucial nas negociações comerciais que devemocorrer ainda neste mês entre Xi Jinping e Donald Trump.

Vanessa Zampronho / Safras News

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