BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Às 8h deste domingo (26), começou uma prova de fogo para definir como serão os próximos dois anos de governo do presidente Javier Milei: as eleições legislativas na Argentina, quando os cidadãos poderão votar até as 18h. Pela primeira vez, será utilizada a Cédula Única de Papel, com o objetivo de reduzir custos nas eleições.
O governo e a principal força de oposição estão lutando pelo primeiro lugar em nível nacional; o resultado terá impacto político e econômico; 127 deputados e 24 senadores são eleitos.
Após o socorro dos Estados Unidos, para evitar uma crise cambial, Milei precisa provar que o governo tem respaldo da população, ao mesmo tempo em que define mudanças no gabinete e indica como será a segunda metade de seu mandato.
O voto é obrigatório na Argentina. O partido no poder tentará conquistar ao menos um terço da Câmara, buscando aumentar o número de cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado. A expectativa é que a Liberdade Avança conquiste vários assentos, mas dependerá de alianças para governar.
As últimas pesquisas apontavam um cenário equilibrado a nível nacional, com o governismo ampliando sua presença no Legislativo, mas sem alcançar a maioria.
Seja qual for o resultado, a representação governista vai crescer em ambas as Casas. O partido no poder não coloca assentos em jogo no Senado e renova menos cadeiras na Câmara dos Deputados que a oposição. No entanto, o próprio presidente e Luis Caputo, ministro da Economia, descrevem as eleições como mais decisivas do que as presidenciais de 2027.
Para os peronistas do Força Pátria, as eleições são críticas para medir a força do peronismo e se preparar para 2027. A performance do bloco Províncias Unidas, que se formou com governadores estaduais e apoio antilibertário e anti-kirchnerista, também será observada, já que é a sua primeira eleição e eles almejam crescer politicamente.
Milei deve votar por volta das 11h na região central de Buenos Aires. Um pouco mais cedo, às 10h30, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, votará em La Plata.
Mais de 36 milhões de eleitores estão aptos para votar em todo o país, de acordo com dados oficiais da Câmara Nacional Eleitoral e da Direção Nacional Eleitoral. Eles vão escolher deputados e senadores nacionais nas províncias e na cidade de Buenos Aires. Além disso, o sistema de cédula única de papel vai estrear em nível nacional, mudando a forma também de contagem dos votos.
Todas as 23 províncias mais o Distrito Federal votam para deputados e 8 irão também escolher senadores.
Os primeiros resultados estão previstos para as 21h deste domingo.