São Paulo, 29 de outubro de 2025 – O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento,Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, deu início às tratativas com a China embusca de soluções para a crise global de semicondutores, que pode afetar o setor automotivo noBrasil. Nesta terça-feira (28), Alckmin se reuniu com representantes dos setores automotivo, deautopeças e de trabalhadores, que estiveram no MDIC para pedir apoio do governo brasileiro nasolução da crise internacional.
O problema, de natureza geopolítica, começou com a intervenção do governo holandês em umaempresa chinesa que opera na Holanda e detém 40% do mercado mundial de chips essenciais para carrosflex. Em reação, o governo chinês suspendeu a exportação de semicondutores produzidos nafábrica localizada na China, o que também ameaça a indústria brasileira.
Em resposta imediata ao pedido do setor produtivo, Alckmin conversou com o embaixador da China noBrasil, Zhu Qingqiao, para solicitar que o país tenha acesso aos semicondutores utilizados emveículos flex. O embaixador se comprometeu a levar a demanda ao governo chinês.
O ministro também conversou com o embaixador do Brasil na China, Marcos Bezerra Abbott Galvão, eafirmou que pode buscar diálogo por meio da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível deConcertação e Cooperação (Cosban), da qual é presidente, para encontrar soluções favoráveisao Brasil diante dessa crise internacional de semicondutores para veículos.
Diálogo em busca de solução
Em entrevista coletiva após a reunião, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação,Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, explicou que o objetivo do diálogo com a China éevitar que o Brasil seja incluído na suspensão do fornecimento e assegurar o acesso aoscomponentes essenciais para a produção de veículos.
Há uma prioridade total por parte do vice-presidente, inclusive como representante do Brasil naCosban, em ampliar e aprofundar esse diálogo para resolver a questão o mais rápido possível,defendendo as empresas e também os empregos, explicou o secretário. Na negociação, o Brasil secompromete com o uso interno do produto, com garantia de rastreabilidade.
Ele informou que as empresas estimam ter insumos para cerca de duas semanas de produção. O setorautomotivo representa 20% da indústria de transformação. De acordo com Moreira, uma parada naprodução impactaria diretamente 130 mil empregos diretos e 1,3 milhão.
As informações partem doMinistério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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