"A chance de a tarifa voltar a zero é muito boa", diz CEO da Embraer. Empresa mantém projeções para 2025

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Companhia espera entregar de 145 a 155 aviões executivos em 2025, e de 77 a 85 comerciais
(Embraer/Divulgação)
  • Presidente da companhia considera encontro entre Lula e Trump "passo muito importante" para acordo bilateral
  • Fabricante não altera guidance – feito antes do tarifaço – para entrega de aviões executivos e comerciais
Por Vitor Nuzzi

[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
Durante a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, o presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse estar otimista com um acordo entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos sobre tarifas impostas ao setor. “A negociação ocorre entre os dois governos, a Embraer não participa diretamente, mas eu diria que está caminhando muito bem”, afirmou o executivo, ao citar o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump em Kuala Lampur (Malásia), em 26 de outubro. “Foi um passo muito importante. Nós estamos muito positivos com esse processo.” Ele lembra que isso já aconteceu em negociações envolvendo Reino Unido, Japão e Indonésia. “Uma vez ocorrendo acordo bilateral, as chances de avião e suas partes voltarem pra alíquota zero é muito boa”, disse Gomes Neto. Hoje, a alíquota está em 10%.

A imposição tarifária de Trump prejudica a fabricante brasileira em dois aspectos, segundo o executivo. “As peças que a Embraer envia para os Estados Unidos, para montagem dos aviões executivos, estão sofrendo o pagamento da alíquota”, disse o CEO. “Isso aumenta as despesas e deixa o produto mais caro.” No caso da aviação comercial, o tarifaço “pode desestimular as companhias aéreas a receber os aviões que eles compraram, ou até fazer novas compras”. As tarifas de importação somaram US$ 17 milhões no terceiro trimestre, sendo US$ 15 milhões no setor de aviação executiva US$ 2 milhões no de serviços e suporte. No início do tarifaço, em abril, os impactos foram estimados em até US$ 65 milhões – até agora, totalizam US$ 27 milhões.

No balanço apresentado na terça (4), a Embraer manteve suas estimativas de entregar de 145 a 155 aviões executivos neste ano, ante 130 em 2024 – o que representaria +11,5% no primeiro caso e +19,2% no segundo. A expectativa para os aviões comerciais é de 77 a 85 entregas, também acima do ano passado (73). O guidance é anterior ao tarifaço e não foi revisto. A carteira de pedidos totalizou US$ 31,3 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 38% sobre igual período de 2024 (US$ 22,7 bilhões).

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Para a receita líquida, a estimativa vai de US$ 7 bilhões a US$ 7,5 bilhões, valor que, confirmado, será novo recorde da Embraer. Em 2024, a receita somou US 6,4 bilhões. De janeiro a setembro deste ano, o total chega a US$ 4,9 bilhões, sendo US$ 2 bilhões no terceiro trimestre. Apenas nesse último período, 31% refere-se à aviação comercial, 30% à executiva, 25% à área de serviços&suporte e 14%, à de defesa&segurança. Também no terceiro trimestre, o lucro líquido ajustado foi de US$ 54 milhões (US$ 221 milhões em igual período de 2024). No ano passado, a Embraer registrou lucro líquido ajustado de US$ 461,6 milhões (US$ 2,6 bilhões).

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