São Paulo, 18 de agosto de 2025 – Após a divulgação de notícia de que a Petrobras tem hoje namesa estudos para investir na Raízen, uma joint venture (parceria) entre Cosan e Shell, a ação daRaízen lidera as altas do Ibovespa. De acordo com fontes do setor, a estatal analisa diversaspossibilidades, como se tornar sócia da companhia ou comprar ativos, o que marcaria sua volta aosetor de etanol, estratégia já anunciada por Magda Chambriard. A ideia, revelam essas fontes, éque uma decisão final seja tomada até o fim deste ano. As informações são do jornal “O Globo”.
Para a corretora Ativa, a notícia reacende discussões sobre a estratégia da estatal embiocombustíveis e seus potenciais impactos no setor. Do ponto de vista dos acionistasminoritários, a Ativa avaliouo as implicações para Petrobras, Vibra e Raízen.
Para Petrobras, a Ativa entende que “o foco da companhia deveria permanecer em E&P, atividade demaior retorno e alinhada ao core business. No entanto, dado que o plano estratégico atual jáprevê aportes relevantes em biocombustíveis, a associação com um player líder como a Raízenfaz sentido e seria uma escolha racional diante deste contexto. O ponto de atenção é adistribuição de combustíveis: não está claro se a parceria também se daria neste segmentodiante da cláusula de não competição de Petrobras com a Vibra (em vigor até 2029). Se esta forimpeditiva, nossa visão é que a Petrobras e Raizen poderiam costurar um acordo para manter aestatal fora da rede de postos.”
Para Vibra, a Ativa vê uma eventual reeentrada da Petrobras no braço de distribuição (desta vezao lado da Raízen) como negativa para a companhia. “A Petrobras é seu principal fornecedor decombustíveis e o ambiente competitivo já se mostra desafiador. Além disso, há um aspecto depercepção de valor: caso a Petrobras optasse por recomprar a Vibra, haveria potencial prêmio aosacionistas minoritários. No cenário atual, com a estatal sinalizando interesse na Raízen, esseupside deixa de existir, reforçando o viés negativo para a companhia.”
Em relação à Raízen, em meio a resultados fracos e expectativas de consumo de caixa no médioprazo, a perspectiva de contar com a Petrobras como sócia é positiva sob a ótica de crédito e denovas perspectivas. “Ainda que o desenho final não esteja definido, a sinalização mostra que acompanhia tem alternativas para reforçar sua estrutura de capital e buscar uma virada operacional”,comenta a Ativa.
Por volta de 11h33 (horário de Brasília), a ação da Raízen (RAIZ4) operava em forte alta, de11,53%, a R$ 1,16, enquanto sua controladora Cosan (CSAN3) avançava 5,10%, a R$ 5,76. Vibra (VBBR3)caía 0,76%, a R$ 20,70, e as da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,42% e 0,19%, a R$ 32,75 e R$30,22.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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