Ala de Lula tem maioria na eleição do PT e amplia domínio sobre o partido

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O grupo político do presidente Lula conseguiu maioria absoluta dos votos para o diretório nacional do PT e ampliará seu poder sobre o partido. A CNB (Construindo um Novo Brasil), como a ala de Lula é conhecida, era com folga a maior força dentro da legenda, mas não tinha maioria absoluta no diretório nacional da sigla nos últimos anos.

A CNB já havia tido uma vitória na eleição para presidente da legenda, com o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva. Apoiado por Lula, ele teve 73% dos votos. Isso, somado ao peso da máquina estatal comandada pelo presidente da República, já garantiria muito poder para a CNB dentro do partido.

Os cargos no diretório nacional da legenda são definidos por eleições proporcionais entre os grupos políticos internos do PT, conhecidos como correntes ou tendências. O diretório é responsável por tomar, ou ao menos aprovar, algumas das principais decisões do partido.

Além disso, a distribuição de poder dentro do órgão ajuda a definir a divisão de cargos executivos da estrutura petista. Alguns dos postos mais cobiçados são as secretarias de Finanças, de Comunicação, de Organização e Geral -uma vez que a presidência é definida por uma eleição própria.

Hoje, 3 desses 4 cargos estão sob comando da CNB. Os dirigentes Jilmar Tatto (Comunicação), Gleide Andrade (Finanças) e Anne Moura (Organização) são do grupo. O secretário-geral, Henrique Fontana, é representante de setores minoritários do partido.

Com maioria absoluta, o grupo político de Lula terá de fazer menos concessões às forças minoritárias do PT, que em geral têm ideias mais à esquerda do que a CNB.

A chapa da CNB para teve 257.907 votos válidos, ou 51% do total de 505.821, de acordo com o balanço final elaborado pelo partido. Os números das eleições proporcionais e para presidente do PT são diferentes.

Os filiados ao PT puderam votar para a diretoria do partido em 26 estados na eleição de 6 de julho. A votação em Minas Gerais foi no último domingo (13), por causa de um impasse judicial.

As conversas sobre quem ocupará os principais cargos deverá se aprofundar nas próximas semanas entre os líderes do partido. Gleide Andrade, secretária de Finanças, por exemplo, é cotada para permanecer no posto na próxima gestão.

Edinho Silva tomará posse como presidente do partido no começo de agosto, quando o PT realizará um encontro nacional em Brasília. O mandato vai até 2029.

O novo presidente do partido será peça central na tentativa de reeleição de Lula. A tradição petista é que o presidente da legenda coordene a campanha pela Presidência da República, além de negociar alianças com outras siglas.

A presidência do PT atualmente é exercida pelo senador Humberto Costa (PE). Ele assumiu o cargo em março deste ano para substituir Gleisi Hoffmann, que se tornou ministra das Relações Institucionais de Lula. Tanto Humberto Costa quanto Gleisi Hoffmann são da CNB.

VOTAÇÃO PARA PRESIDÊNCIA DO PT:

Edinho Silva – 378.009 (73,1%)

Romênio Pereira – 58.845 (11,4%)

Rui Falcão – 57.750 (11,2%)

Valter Pomar – 22.581 (4,4%)

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