Alemanha suspende venda de armas a Israel; veja reações a plano de tomada completa de Gaza

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O plano para que as Forças Armadas de Israel assumam o controle da Cidade de Gaza, anunciado na quinta-feira (7) pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e aprovado pelo seu gabinete de segurança, está sendo criticado dentro e fora do país.

A operação, segundo Tel Aviv, será acompanhada do fornecimento de ajuda humanitária à população que estiver fora das zonas de combate, mas também deverá exigir a retirada dos civis da Cidade de Gaza e diminuir ainda mais a área territorial em que a população do território tem permissão para ficar.

O primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, anunciou nesta sexta-feira (8) que o país suspenderá a exportação de equipamentos militares para Israel. A libertação dos reféns israelenses e as negociações por um cessar-fogo são as principais prioridades da Alemanha, disse o premiê em um comunicado.

“O governo alemão acredita que a ação militar ainda mais dura na Faixa de Gaza, decidida pelo gabinete israelense na noite passada, torna cada vez mais difícil ver como esses objetivos podem ser alcançados”, disse Merz. “Nessas circunstâncias, o governo alemão não aprovará nenhuma exportação de equipamentos militares que possam ser usados na Faixa de Gaza até novo aviso.”

Já o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou em um comunicado que o plano anunciado é um “erro” e que o governo de Netanyahu deveria “reconsiderá-lo imediatamente”.

“Essa ação não contribuirá em nada para pôr fim ao conflito nem para alcançar a libertação dos reféns. Apenas provocará mais massacres”, acrescentou.

A Turquia pediu que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aja para impedir a implementação do plano e condenou a expansão do conflito. O ministério de Relações Exteriores turco disse que Tel Aviv precisa interromper o avanço militar, aceitar um acordo de cessar-fogo e negociar uma solução de dois Estados.

Dinamarca, Jordânia, Austrália, China e Holanda também se juntaram à lista de países que criticaram publicamente o plano de Israel. Eles pedem que Netanyahu volte atrás na decisão.

Já o grupo terrorista Hamas classificou a medida de Tel Aviv como um “crime de guerra”.

O alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Volker Türk, afirmou que o plano de ocupação militar deve ser interrompido imediatamente. A medida, segundo o comunicado, “vai contra a decisão da Corte Internacional de Justiça segundo a qual Israel deve encerrar sua ocupação o mais rápido possível, da realização da solução acordada de dois Estados e do direito dos palestinos à autodeterminação”.

Dentro de Israel, famílias de reféns e outros israelenses protestaram contra a nova medida e pediram o retorno imediato dos reféns que ainda estão sob poder do grupo terrorista Hamas em Gaza. Os atos foram dispersados pela polícia israelense com bombas de efeito moral.

O líder opositor Benny Gantz afirmou que o plano de Tel Avivi é um “fracasso político que desperdiça as tremendas conquistas das Forças de Defesa de Israel (IDF)”. Já o comandante das Forças Armadas, Eyal Zamir, disse que a decisão pode representar um risco às vidas dos reféns israelenses.

Além da ofensiva, a maioria dos integrantes do gabinete apoiou uma lista com cinco exigências que Israel pretende impor em troca do fim da guerra com o Hamas: o desarmamento da facção terrorista; o retorno de todos os 50 reféns ainda em cativeiro (dos quais se acredita que 20 estejam vivos); a desmilitarização de Gaza; que Tel Aviv mantenha o controle da segurança sobre o território; e a criação de um governo civil alternativo sem a participação do Hamas nem da Autoridade Palestina, que governa parte da Cisjordânia.

Horas antes de se reunir com seu gabinete nesta quinta, Netanyahu disse que pretende assumir o controle militar de toda a Faixa de Gaza e, posteriormente, entregá-la a um órgão que fará a administração civil.

A declaração foi dada à emissora americana Fox News, quando o premiê foi questionado se pretende tomar controle de todo o território palestino. “Pretendemos, para garantir a nossa segurança e retirar o Hamas de lá”, afirmou, antes de dizer que não tem intenção de governar Gaza.

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