ANEF aponta crescimento de 13,4% no saldo total da carteira de veículos no primeiro semestre do ano

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São Paulo, 21 de agosto de 2025 – Em um cenário de juros elevados, com a taxa Selic em 15%, maiorpatamar desde 2006, o volume de recursos liberados para o financiamento de veículos no primeirosemestre de 2025 manteve-se estável em relação ao mesmo período de 2024, totalizando R$ 127bilhões. Os dados são do Boletim Semestral da Associação Nacional das Empresas Financeiras dasMontadoras (ANEF), com base em informações do Banco Central. O resultado indica uma leverecuperação do mercado, especialmente após a retração de 4,3%, registrada no primeirotrimestre.

O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) continua sendo a modalidade com maior representatividade.Sozinha, atinge R$ 126,5 bilhões em recursos liberados. Outro indicativo positivo foi o crescimentode 13,4% no saldo total das carteiras de veículos, que saltaram de R$ 450 bilhões para R$ 510,8bilhões nos seis primeiros meses do ano.

Diante de um primeiro semestre marcado por instabilidade econômica e incertezas fiscais, o mercadode financiamento de veículos entra no segundo semestre de 2025 com projeções cautelosas. Amanutenção do volume de crédito em R$ 127 bilhões indica uma resiliência importante, afirmaEnilson Sales, presidente da ANEF.

Para ele, os próximos meses dependerão de fatores-chave como a oferta de crédito e a confiançado consumidor. Com o Banco Central mantendo a Selic em 15% e sem perspectiva de redução no curtoprazo, o custo do financiamento continua elevado, restringindo o acesso principalmente para pessoasjurídicas. Ao mesmo tempo, a volatilidade tributária e o cenário internacional instáveladicionam camadas de incerteza à tomada de decisão de consumidores e empresas. A expectativa é deum desempenho moderado até o fim do ano, com o setor apostando em estratégias próprias.

O presidente da entidade também chamou atenção para o possível impacto do chamado tarifaço dosEUA. No Brasil, o transporte rodoviário é essencial para o agronegócio, e ainda não é possívelmensurar o efeito dessas tarifas no mercado de financiamento de caminhões pesados e extrapesados.Não há clareza suficiente para projeções, afirma.

A expectativa da ANEF de crescimento de 8,5% nos recursos liberados para 2025 está mantida, mas comressalvas. Estamos atentos ao comportamento do mercado e à conjuntura econômica, que ainda impõemdesafios à previsibilidade, destaca.

Vendas à vista ganham força

O primeiro semestre também trouxe uma mudança de comportamento entre os consumidores, com leveaumento nas compras à vista em todos os segmentos no primeiro semestre do ano.

Em veículos leves, a participação aumentou de 50% para 52%. Financiamentos de carros caíram de46% para 43%; e o consórcio aumentou de 4% para 5%. No caso de pesados, caminhões e ônibus, odestaque está para o salto de oito pontos percentuais nas compras à vista, que passaram de 25%para 33%. O financiamento recuou levemente (40% para 39%); o Finame teve queda significativa (31%para 20%) e o consórcio cresceu de 4% para 7%. O leasing voltou a aparecer, com 1% departicipação.

Os clientes de motos também preferiram comprar à vista, elevando a participação de 31% para 36%.Vendas financiadas caíram de 37% para 32%, e consórcio se manteve em 32% de participação.

Com informações da ANEF.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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