[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
Em uma era em que a educação cruza fronteiras e a internacionalização deve movimentar US$ 433 bilhões até 2030, segundo a consultoria HolonIQ, o Colégio Anglo Leonardo da Vinci aposta em ampliar o alcance dos alunos para além do Brasil. Com parcerias com a Universidade de Cambridge, a Texas Tech University e instituições do Canadá, a escola reformulou o currículo, incluiu disciplinas exigidas por universidades estrangeiras e estruturou trilhas globais para o ensino fundamental e médio. O movimento, afirma o diretor regional Maurício Tricate, busca preparar estudantes para competir em qualquer lugar do mundo: “O que queremos é que nosso aluno esteja apto a fazer o que quiser.” Com essas iniciativas, o colégio projeta crescer 8% e ultrapassar 2,6 mil matrículas em 2026.
Fundado em 1976 por Joaquim Augusto Fígaro Roque, Sérgio Salvo Molina Gimeno e Wagner Rodrigues Valente, o Colégio Anglo Leonardo da Vinci nasceu de uma inquietação pedagógica: por que alunos dedicados ainda tinham resultados aquém do esperado nos vestibulares? A resposta levou a direção e o corpo docente a redesenhar a própria noção de estudo, sistematizando a metodologia Aprender a Estudar – baseada em leitura, tomada de apontamentos e redação – e integrando os processos de ensino e aprendizagem. Essa filosofia, que colocou o aluno no centro da organização do conhecimento, consolidou a escola entre as mais bem avaliadas do país e moldou o norte que segue orientando suas decisões acadêmicas. Foi a partir desse DNA, construído em quase cinco décadas, que o colégio conquistou, em 2024, destaque no Enem, liderando as colocações em Osasco, Carapicuíba e em regiões da capital paulista, resultado que reforçou a consistência do modelo criado pelos fundadores.
Hoje, o Colégio Anglo Leonardo da Vinci opera sete unidades na Grande São Paulo, incluindo a mais recente, inaugurada neste ano no Jardins, na capital. Mesmo com a estratégia atual focada na consolidação do projeto pedagógico e na ampliação das trilhas internacionais, o ritmo de expansão recente surpreendeu até a própria direção. “Abrimos duas escolas em 2025 que não estavam nos planos inicialmente”, afirmou Maurício Tricate. Ele reforça que, por ora, a rede não projeta novos endereços, embora reconheça espaço para avançar caso surjam oportunidades alinhadas ao propósito da marca: “Não há planos de novas unidades, embora o time técnico tenha capacidade para transformar escolas que perderam seu DNA.”
Para sustentar a internacionalização e alinhar o ensino às exigências de universidades estrangeiras, o Leonardo da Vinci passou por uma ampla reformulação curricular. A escola incorporou a disciplina de Public Speech, requisito solicitado por instituições parceiras como a Texas Tech University, e estruturou um trabalho de conclusão de curso no ensino médio, prática comum em escolas norte-americanas. As mudanças seguem a lógica histórica da instituição: a ideia de que estudar é um processo ativo e organizado – e reforçam o compromisso de preparar alunos para contextos acadêmicos diversos, sem abrir mão do método que orienta a rede desde os anos 1970. “Sempre precisa mudar ou renovar alguma coisa”, resume Tricate, ao explicar que o currículo é revisto continuamente para acompanhar a evolução do mercado educacional global.
A evolução do currículo trouxe também um desafio recorrente no cotidiano da escola: conciliar as expectativas das famílias com o protagonismo dos estudantes. Tricate explica que, no processo de internacionalização e na definição de trilhas acadêmicas, nem sempre pais e filhos caminham na mesma direção. “Nem sempre o que o aluno quer é o mesmo que os pais desejam. Temos que mediar”, afirma. Segundo ele, a transparência sobre o percurso formativo – e sobre o ritmo de cada estudante –é fundamental para garantir que o aluno tome decisões alinhadas aos próprios interesses, sem perder o apoio familiar nem a coerência pedagógica da instituição.
O acompanhamento dos resultados é outro pilar da estratégia pedagógica da escola. Além das provas regulares e simulados, o Leonardo da Vinci analisa o desempenho dos alunos em olimpíadas de conhecimento, como a Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), a de Informática (OBI) e a de Linguagens (OLISP). Esses indicadores ajudam a identificar tópicos de maior defasagem entre as turmas e permitem intervenções rápidas no planejamento dos professores. Segundo Tricate, esse monitoramento contínuo reforça a cultura de organização do estudo que marca a trajetória da instituição e orienta as adaptações necessárias para sustentar a evolução acadêmica dos estudantes.
A tecnologia também passou a ter papel central na gestão acadêmica da rede. O colégio utiliza ferramentas de inteligência artificial para coletar e comparar métricas de desempenho entre turmas e unidades, analisando desde provas idênticas aplicadas em diferentes escolas até o ritmo de evolução de cada grupo. Os dados ajudam a mapear pontos de dificuldade e orientar os professores na preparação de intervenções mais precisas. Segundo Tricate, esse uso da IA não altera a essência do método, mas potencializa a capacidade da equipe em acompanhar cada aluno: a tecnologia funciona como apoio ao diagnóstico pedagógico e reforça a tradição da escola em tratar o estudo de forma organizada, mensurável e contínua.
O avanço acadêmico da rede também se apoia em uma estrutura interna alinhada a práticas contemporâneas de gestão. Segundo o Relatório de Transparência e Igualdade Salarial de 2025, o quadro de colaboradores da unidade de Osasco é formado por 44% de mulheres e 56% de homens, com remuneração feminina superior à masculina tanto no salário contratual mediano (108,4%) quanto na remuneração média mensal (110,9%). A escola adota políticas de contratação e promoção voltadas ao fortalecimento da diversidade, incluindo ações para mulheres negras, profissionais em situação de vulnerabilidade e programas que estimulam o compartilhamento das responsabilidades familiares. Para a instituição, essa governança reforça um ambiente mais ético e inclusivo, compatível com padrões globais e coerente com a ambição de preparar alunos para contextos internacionais.
Ao projetar os próximos passos, o Leonardo da Vinci busca equilibrar tradição e reinvenção. Depois de cinco décadas estruturando um método que combina organização, autonomia e clareza de propósito, a escola agora amplia horizontes sem perder o eixo que a orienta. A internacionalização, as trilhas acadêmicas e o uso de tecnologia não mudam o centro da equação: preparar jovens para transitar com segurança por diferentes mundos. Como define Tricate, o papel da instituição é ajudar a tornar funcionais as asas que movem crianças e adolescentes para onde eles quiserem (dentro ou fora do Brasil).