Antunes, Fogo de Chão: "Plano de expansão é agressivo. IPO espera janela de mercado."

  • "IPO está no nosso radar, mas é preciso também avaliar economia e política", disse Paulo Antunes, diretor-geral da marca no Brasil
  • Empresa prevê abertura de mais de 10 lojas por ano nos Estados Unidos e entre uma e duas no Brasil. Próxima será no Rio de Janeiro
Por Bruna Lencioni

[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS].
A churrascaria Fogo de Chão, com 46 anos de história, que nasceu no Rio Grande do Sul (Porto Alegre), continua a se expandir globalmente e tem no horizonte a possibilidade de uma nova oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). “Planos de expansão são agressivos e incluem o Brasil. O IPO está no radar, mas esperamos janela de mercado”, afirmou Paulo Cesar de Azevedo Antunes, diretor-geral da empresa no país em entrevista ao videocast DC NEWS TALKS. Antunes foi CEO do Fasano por oito anos antes de chegar ao posto atual. A Fogo de Chão já teve uma passagem pela bolsa de valores Nasdaq (2015), mas encerrou o capital três anos depois, em um movimento estratégico para ser adquirida. “A companhia aguarda agora uma janela de mercado.” A história do controle da Fogo de Chão é marcada por fundos de investimentos, depois de sair das mãos dos seus fundadores: a GP Investments foi a primeira a comprar uma participação majoritária em 2006, antes de vendê-la ao fundo americano Thomas H. Lee Partners.

Posteriormente, a Fogo de Chão foi adquirida pela Rhône Capital em 2018, e mais recentemente, em 2023, pela Bain Capital (US$ 185 bilhões sob gestão), sua atual controladora. Atualmente, a empresa tem 104 restaurantes em oito países, com os Estados Unidos sendo o maior mercado, com 89 lojas. A marca continua a expandir, com um plano que inclui o Brasil. Além do Brasil e Estados Unidos, os outros países em que a marca está presente são: México (7), Porto Rico (1), Filipinas (1), Bolívia (1), Equador (2 ), Dubai (1) e Arábia Saudita (1). Há outros países da América Latina nos planos da Bain Capital, segundo Antunes. “Estamos conversando com diversos países, como Chile e Peru. Teremos outros países com Fogo de Chão em breve”, disse.

A Fogo de Chão foi fundada em 1979 pelos irmãos Ari e Jair Cozer. Se tornou um sucesso no sul do país e, anos depois, chegou a São Paulo (hoje 6 lojas), que se tornou o seu principal mercado no Brasil – Rio de Janeiro, 2, e Brasília, 1. A Fogo de Chão iniciou sua expansão internacional em Dallas (inauguração em 1997), “por sugestão de George H.W. Bush, que amou a experiência”. A loja em Nova York, considerada um marco para a Fogo de Chão, foi aberta em 2013. “A marca conquistou o público americano e internacional, sendo frequentada majoritariamente por americanos”, disse Antunes. A empresa atende mais de 10 milhões de pessoas por ano globalmente, com mais de 1,2 milhão apenas no Brasil (ou seja, o país tem 12% de share do mercado global). A companhia vem crescendo anualmente cerca de 15% desde a retomada pós-pandemia, com mais de 28 inaugurações globais desde 2023, de acordo com o diretor.

A saída da Fogo de Chão do mercado de capitais para ser adquirida pelo fundo Rhone Capital foi um movimento estratégico. Antunes explicou que o objetivo dos fundos de investimento ao adquirir um negócio é acelerar a expansão, já que eles têm a meta de vendê-lo novamente em três, quatro ou cinco anos. “Quando se abre capital e se faz um funding, e dependendo do valor das ações, vale a pena fechar o capital”, afirmou o diretor. “Nesses casos, o próprio private equity faz o financiamento da expansão.” A Fogo de Chão acredita que existe um “momento correto” para o IPO e, para que isso aconteça, depende, entre outros fatores, do momento econômico e da temperatura política no mundo.

Escolhas do Editor

O plano de expansão global da Fogo de Chão é “agressivo”, disse Antunes ao videocast. A empresa prevê a abertura de mais de 10 lojas por ano nos Estados Unidos, com meses que podem ter duas inaugurações. A expansão nos EUA será de lojas próprias, assim como no Brasil. “Aqui no Brasil, nós devemos abrir de uma a duas lojas por ano, quiçá três”, disse Antunes. A partir de 2026, a empresa quer acelerar o processo. “Posso antecipar que teremos mais uma loja no Rio de Janeiro.” Antunes comentou que outros países da América Latina, que podem receber futuras expansões, serão no modelo franquia, com parceiros que tenham experiência no setor, e que possam “investir em décadas de desenvolvimento da marca”.

EXPERIÊNCIA
A experiência do cliente na Fogo de Chão foi reinventada no pós-pandemia, disse o diretor. Enquanto mantêm a tradição e a cultura do churrasco, a marca hoje oferece cerca de 10 experiências diferentes para atender a um público mais amplo e com objetivos variados. “Hoje, a pessoa quer um almoço mais rápido, vai no rodízio de um corte.” Além do rodízio tradicional, a Fogo de Chão oferece opções como cortes à la carte, um almoço rápido com hambúrguer no bar, e a área de charutaria (em quatro lojas em São Paulo). A empresa também adaptou-se com o serviço de delivery (Fogo To Go), que representa 6% do faturamento no Brasil. Antunes enfatizou que a marca investe em inovação para que, a cada visita, a experiência do cliente seja única. “Reverenciamos todo o sucesso que fez ela nascer com essa força e trouxemos inovações”, afirmou o diretor.”, disse. Confira a entrevista.

Voltar ao topo