São Paulo, 12 de agosto de 2025 – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)aprovou a destinação de R$ 239,3 milhões em dois novos financiamentos para o Grupo Edison ChouestOffshore, que opera estaleiros e terminais portuários, bem como oferece serviços de armação eafretamento de embarcações, de manutenção de infraestruturas submarinas, apoio logístico, entreoutros. Os recursos são provenientes do Fundo da Marinha Mercante (FMM), operado pelo Banco.
Uma das operações, no valor de R$ 186,1 milhões, foi aprovada em favor da Bram OffshoreTransportes Marítimos Ltda, principal empresa do grupo no Brasil. O financiamento é voltado areparos, modernizações e conversões em 15 embarcações com o custo de R$ 206,8 milhões, deforma que o BNDES apoia 90% do total.
Entre as intervenções, destaca-se a modernização de uma embarcação tipo ATHTS Mr Chaficempregada em um contrato de afretamento com a Petrobras. A implementação de propulsão híbrida,com a instalação de baterias a bordo, permitirá a redução de consumo de combustível e deemissões de gases de efeito estufa na operação em contrato de afretamento com a Petrobras.
As intervenções são conduzidas no estaleiro localizado em Navegantes (SC) e operado peloEstaleiro Navship Ltda, outra empresa do conglomerado. Além da contribuição para a manutençãode empregos qualificados, o projeto demanda 413 postos de trabalho durante as intervenções.
O BNDES atende à determinação do governo do presidente Lula de retomar o apoio à indústrianaval no Brasil, um país em que mais de 95% do comércio exterior se dá por via marítima. Osinvestimentos, via Fundo da Marinha Mercante, contribuem para impulsionar um setor fundamental paraa economia nacional e que gera muitos empregos no país, afirma o presidente do BNDES, AloizioMercadante.
Novo estaleiro no Porto do Açu A outra aprovação envolve uma suplementação no valor de R$ 53,2milhões para financiamento aprovado pelo Banco em 2017 para a construção de um novo estaleiro daNavship, dedicado a reparos e manutenção de embarcações. Localizado no Porto do Açu, em SãoJoão da Barra (RJ), suas obras, estavam previstas para serem concluídas em novembro de 2019. Noentanto, paralisações durante a pandemia de covid-19 geraram atrasos.
O BNDES já havia repassado ao projeto R$ 183,3 milhões. Com a suplementação aprovada de R$ 53,2milhões, foi alcançada a soma de R$ 236,5 milhões. Considerando também os recursos própriosinvestidos pela empresa, a construção do estaleiro demandou um total de R$ 322,3 milhões.
As operações no novo estaleiro, que possui uma área 106 mil metros quadrados, demandam 322 novosempregos.
Fundo da Marinha Mercante O FMM é administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), porintermédio do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM). O BNDES atua como agentefinanceiro. De natureza contábil, ele busca prover recursos para o desenvolvimento da MarinhaMercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras. Sua principal fonte derecursos é o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), tributo instituídopelo Decreto-Lei 2.404/1987.
Em 2024, o BNDES aprovou um total de R$ 6 bilhões em crédito para projetos financiados pelo FMM.É o maior valor aprovado em 12 anos e representa mais de três vezes a soma dos anos entre 2019 e2022. Nesse período, o Banco aprovou R$ 1,9 bilhão para projetos com recursos do Fundo. Alémdisso, os R$ 6 bilhões de 2024 superam também os R$ 3,9 bilhões dos sete anos anteriores (entre2016 e 2022).
BNDES Azul Em janeiro de 2024, o Banco lançou a iniciativa BNDES Azul, uma frente para desenvolvera economia azul brasileira com investimentos focados em pesquisas, por meio do Planejamento EspacialMarítimo (PEM), na descarbonização da frota naval e na infraestrutura portuária. Pesca, turismo,transporte marítimo e fluvial, exploração de petróleo, bioenergia e preservação de sítiosambientais são algumas das atividades desenvolvidas.
A empresa O Grupo Edison Chouest Offshore foi fundado nos Estados Unidos e suas empresas carregamum histórico de atuação no mercado de apoio marítimo offshore desde a década de 1960. NoBrasil, as atividades do grupo tiveram início em 1991. Atualmente existem oito subsidiáriasatuando no país. A principal delas, a Bram, surgiu em 2006 e presta suporte à operação deserviços auxiliares a plataformas de petróleo e gás natural. Atualmente, é a maior companhia deapoio offshore do país, operando uma frota de 77 embarcações. Sua carteira de clientes é formadapelas principais empresas de óleo e gás presentes no Brasil, especialmente a Petrobras,responsável pelo afretamento de cerca de 87% da frota.
Já o Estaleiro Navship Ltda, com sede em Navegantes (SC), foi fundado em 2005 para atuar naconstrução, reparos, conversões e modernizações de embarcações de médio porte. Embora atendaterceiros, seu principal cliente é a Bram.
A construção de uma nova filial do Estaleiro era considerada estratégica para o crescimento dogrupo. A Bram assinou recentemente contratos com a Petrobras que demandarão a construção de 10novas embarcações em Navegantes (SC). Dessa forma, a unidade de São João da Barra (RJ)absorverá alta demanda de manutenção, conversão e modernização da frota do grupo.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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