Argentina fecha urnas e inicia apuração de votos em eleição legislativa crucial para Milei

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BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Os argentinos acabam de definir como serão os próximos dois anos de governo do presidente Javier Milei, com as eleições legislativas nacionais na Argentina. As urnas fecharam às 18h deste domingo (26), e a divulgação dos primeiros resultados está prevista para as 21h.

Segundo a autoridade eleitoral, 66% dos eleitores votaram neste domingo, uma participação mais baixa que em outras eleições legislativas —nas legislativas de 2021, foi de 71% no mesmo intervalo de tempo; nas presidenciais de 2023, 74%. Pela primeira vez, foi utilizada a cédula única de papel, com o objetivo de reduzir custos nas eleições.

Milei votou por volta das 11h na região central de Buenos Aires. Apoiadores o esperavam em frente a uma universidade, no bairro de Almagro. Sua atitude foi mais austera do que na votação de 2023, quando ele foi eleito. O presidente entrou sem falar com os eleitores e esperou por cinco minutos antes de depositar seu voto. Na saída, tirou fotos com militantes, ouviu aplausos e algumas vaias, evitou perguntas dos jornalistas e foi escoltado pelo serviço de segurança até um carro da comitiva presidencial.

Também por volta das 11h20, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, votou em La Plata. Ele chegou cerca de 20 minutos antes com sua mulher, Soledad Quereilhac, e foi parado por apoiadores, que pediram para tirar fotos. Em seguida, o político falou aos jornalistas que esta é uma eleição crítica para o futuro dos argentinos, após um resultado positivo para os peronistas, de 13 pontos de vantagem nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, em setembro.

“Vamos definir uma agenda importante para a vida nacional”, disse o governador. “Todos os dias, desde que assumi como governador, me coloco à disposição para dialogar com a autoridade nacional. Eles têm o meu telefone”, afirmou Kicillof, principal oponente de Milei hoje, ao responder sobre a falta de diálogo com o governo nacional.

Em prisão domiciliar, a ex-presidente Cristina Kirchner foi impedida de votar por uma decisão da Câmara Nacional Eleitoral. Após ter tido sua sentença de seis anos de prisão confirmada pela Corte Suprema de Justiça, por administração fraudulenta, a autoridade eleitoral ordenou a sua exclusão do registro de votantes.

O governo e a principal força de oposição estão lutando pelo primeiro lugar em nível nacional; o resultado terá impacto político e econômico; 127 deputados e 24 senadores são eleitos.

Após o socorro dos Estados Unidos, para evitar uma crise cambial, Milei precisa provar que o governo tem respaldo da população, ao mesmo tempo em que define mudanças no gabinete e indica como será a segunda metade de seu mandato.

O voto é obrigatório na Argentina. O partido no poder tentará conquistar ao menos um terço da Câmara, buscando aumentar o número de cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado. A expectativa é que a Liberdade Avança conquiste vários assentos, mas dependerá de alianças para governar.

As últimas pesquisas apontavam um cenário equilibrado a nível nacional, com o governismo ampliando sua presença no Legislativo, mas sem alcançar a maioria.

A tendência é que a representação governista aumente em ambas as Casas, já que o partido no poder não coloca assentos em jogo no Senado e renova menos cadeiras na Câmara dos Deputados que a oposição. No entanto, o próprio presidente e Luis Caputo, ministro da Economia, descrevem as eleições como mais decisivas do que as presidenciais de 2027.

Para os peronistas do Força Pátria, as eleições são críticas para medir a força do peronismo e se preparar para 2027. A performance do bloco Províncias Unidas, que se formou com governadores e apoio antilibertário e anti-kirchnerista, também será observada, já que é a sua primeira eleição e eles almejam crescer politicamente.

Mais de 36 milhões de eleitores estavam aptos para votar em todo o país, de acordo com dados oficiais da Câmara Nacional Eleitoral e da Direção Nacional Eleitoral. Eles escolheram deputados e senadores nacionais nas províncias e na cidade de Buenos Aires. Além disso, a estreia em nível nacional do sistema de cédula única de papel muda a forma de contagem dos votos.

Todas as 23 províncias mais o Distrito Federal votaram para deputados e 8 também escolheram senadores.

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